Comparsa de Nando é condenado pelo Tribunal do Júri por ocultação de cadáver

Jean Marlon Dias Domingues, 22 anos, foi condenado a um ano e um mês pela ocultação do corpo de Lessandro Valdonado de Souza, 13 anos, em agosto de 2016, no bairro Danúbio Azul em Campo Grande. Por falta de provas, ele foi absolvido do crime de homicídio. Jean é apontado como comparsa de Luiz Alves […]

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Jean Marlon Dias Domingues, 22 anos, foi condenado a um ano e um mês pela ocultação do corpo de Lessandro Valdonado de Souza, 13 anos, em agosto de 2016, no bairro Danúbio Azul em Campo Grande. Por falta de provas, ele foi absolvido do crime de homicídio. Jean é apontado como comparsa de Luiz Alves Martins Filho, o Nando, acusado de ter cometido uma série de crimes na Capital.

Conforme seu depoimento, 12 dias após o desaparecimento de Lessandro, Nando contou para Jean Marlon que havia matado a vítima a mando de Talita Regina de Souza, pois a mesma namorava o irmão de Lessandro e ele havia flagrado ela o traindo.

Após contar o crime, segundo Jean Marlon, Nando e levou até o antigo lixão em seu carro, uma camionete verde. “Ele me chamou para ir ao lixão e mostrou onde estava enterrado o corpo. Fiquei assustado em estado de choque”, afirma ele não sabendo dizer o motivo pela qual Nando o escolheu para contar sobre o crime.

Sobre seu depoimento na delegacia quando foi preso, já que consta que ele havia confessado ter cometido o crime juntamente com Nando e Talita, ele disse que só confessou porque foi torturado. “Me bateram, deram choque e soco na cara”, alega.

Desmembramento

Como Jean delatou Nando durante seu depoimento, houve um conflito com a defesa, realizada pelo promotor público Gustavo Henrique Pinheiro Silva. Nando que também seria julgado nesta sexta-feira acabou tendo seu julgamento desmembrado e será julgado em outra data a definir. “Não tem como defender os dois, é uma questão de ética e que garante o direito pleno do réu de ter uma defesa”.

Segundo o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, ainda devem acontecer entre 10 a 12 júris relacionados as mortes no Bairro Danúbio Azul. “Com o desmembramento deste caso, teremos mais um júri em que Nando será ouvido sozinho. Como houve a delação, não havia como defender os dois acusados”, afirma.

Talita Regina de Souza, outra envolvida neste assassinato, também teve seu julgamento desmembrado. De acordo com seu advogado Uriel Ribas de Moraes, não há provas suficientes da participação de Talita no crime. “Entramos com recurso para pedir a absolvição, pois acreditamos que ela não tenha participação e no inquérito há muitas divergências”, diz.

De acordo com o juiz Aluízio Pereira, Talita foi solta no curso do processo e recorreu para o Tribunal. “Se for mantida a pronúncia do Tribunal ela será levada a júri popular também”.

O Caso

A Polícia Civil iniciou as investigações em setembro de 2016, após a morte de ‘Leleco’, Leandro Aparecido Nunes Ferreira, de 28 anos. Leleco foi morto a tiros no dia 2 por dois rapazes em uma motocicleta. Durante as investigações do homicídio, a polícia concluiu que a vítima tinha envolvimento com o grupo responsável por um esquema de exploração sexual e tráfico há aproximadamente 3 anos.

Lessandro Valdonado de Souza, de 13 anos, foi assassinado porque flagrou uma traição da cunhada Talita. Segundo as investigações, o crime ocorreu no dia 1° de agosto de 2016. Lessandro teria sido assassinado por Nando, Talita Regina de Souza e Jean Marlon Dias Domingues. Conforme denúncia do Ministério Público Estadual, Thalita, que era cunhada da vítima, teria pedido para matar Lessandro, pois ele tinha flagrado ela traindo seu irmão.

Os três suspeitos levaram a vítima para o bairro Jardim Veraneio e a mataram asfixiada com uma corda. Assim como os outros assassinatos cometidos pelo “grupo de extermínio”, a vítima foi enterrada de cabeça para baixo, em um cemitério clandestino, no bairro Danúbio Azul

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