Assassinos de ex-vereador Silveira e esposa são condenados a mais de 90 anos de prisão

Rivelino Mangelo, 46 anos, e Rogério Nunes Mangelo, 20 anos, respectivamente pai e filho foram condenados a mais de 90 anos de prisão pelo latrocínio do ex-vereador Cristóvão Silveira, 65, e sua esposa Fátima de Jesus Diniz Silveira,56, ocorrido na noite do no dia 18 de julho do ano passado, em uma chácara do casal […]

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Rivelino Mangelo, 46 anos, e Rogério Nunes Mangelo, 20 anos, respectivamente pai e filho foram condenados a mais de 90 anos de prisão pelo latrocínio do ex-vereador Cristóvão Silveira, 65, e sua esposa Fátima de Jesus Diniz Silveira,56, ocorrido na noite do no dia 18 de julho do ano passado, em uma chácara do casal localizada na MS-080, saída para Rochedo em Campo Grande.

Rivelino foi condenado a 48 anos de reclusão, 1 ano de detenção e 70 dias-multa pelos crimes de latrocínio (contra os dois), vilipêndio de cadáver da vítima Fátima e destruição parcial de cadáver.

Já Rogério foi condenado a 45 anos de reclusão e 40 dias-multa pelo crime de latrocínio (também contra as duas vítimas). A sentença foi proferida pelo juízo da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, Wilson Leite Correa.

De acordo com a denúncia, Rivelino e os filhos Rogério e Alberto Nunes Mangelo, 21, com ajuda de Diogo André dos Santos Almeida, 21, (falecido), tiveram participação no roubo da caminhonete Mitsubishi L200 2015/2016, avaliada em R$ 102 mil; uma televisão led de 40 polegadas, avaliada em R$ 1.499,99, uma arma de fogo não identificada, dois aparelhos celulares, duas alianças de ouro e R$ 1.231,00 em dinheiro, pertencente ao casal.

Ainda segundo a denúncia, os quatro planejaram o crime com a divisão de tarefas entre eles. Um dia antes do crime, Rivelino recebeu no sítio o filho Rogério e Diogo que pernoitaram no local.

Na noite dos crimes, o trio surpreendeu as vítimas, que foram mortas com golpes de faca e facão. Rivelino e o acusado falecido ainda teriam vilipendiado o cadáver de Fátima e ateado fogo ao corpo, destruindo-o parcialmente.

Ainda conforme a denúncia, por volta das 19 horas do mesmo dia, na Fazenda Cachoeira da Serra, no distrito de Camisão, cerca de 30 km de Aquidauana, Alberto que participou na receptação dos bens roubados, os esperava e ocultou a televisão roubada.

Alberto também teria permitido que Rogério e Diogo queimassem suas roupas sujas de sangue com vestígios do crime. Em seguida, a dupla vestiu roupas limpas dadas por Alberto e seguiram viagem em fuga com a camionete roubada. Alberto responde por receptação e favorecimento pessoal.

A defesa de Rivelino e Rogério pediu absolvição por insuficiência de provas. A defesa de Alberto solicitou a absolvição por insuficiência de provas e, em caso de condenação, a isenção de pena em relação a favorecimento pessoal.

O magistrado pediu o desmembramento da ação em relação a Alberto para futuramente apurar a questão do crime de receptação por se tratar de réu primário.

Ainda de acordo com o juiz, Rivelino confessou na delegacia a prática criminosa e deu detalhes de seu plano e da execução. Na ocasião, ele relatou que era caseiro da chácara das vítimas e que o ex-vereador era grosseiro e o maltratava.

Também em depoimento na delegacia, ele disse que após o crime, recolheu as facas utilizadas para matar as vítimas e fugiu do local utilizando trator de chácara e foi até um bar, localizado nas proximidades do assentamento Aguão.

Lá, a dona do bar acionou o Corpo de Bombeiros, para realizar um curativo em seu pé, sendo encaminhado à Santa Casa. No hospital, uma equipe de policiais foi até ele e localizou os aparelhos celulares utilizados para planejar o crime.

Os demais acusados também relataram suas participações durante a fase policial, porém, em juízo, negaram a prática dos crimes. No entanto, o juiz titular da vara, Wilson Leite Correa, afirmou que “a retratação da confissão extrajudicial em juízo pelos acusados não retira o valor probatório daquela, posto que confirmada de forma robusta pelo contexto fático e os outros elementos de prova, atestando com correção a prática dos crimes pelos acusados”.

Além disso, o juiz, citou os depoimentos das testemunhas ouvidas e os áudios dos aparelhos de celular apreendidos retratam a prática criminosa pelos acusados, transcrevendo na sentença trechos gravados de arquivos de áudio trocados entre os acusados dias antes dos crimes, os quais confirmam a confissão do inquérito e que houve um planejamento prévio do crime pelos acusados, inclusive, que em duas outras ocasiões, os acusados tentaram praticar o crime e tiveram que adiar a prática criminosa por motivos alheios às suas vontades.

O crime

Cristovão e Fátima foram assassinados no dia 18 de julho do ano passado, quando chegaram a chácara por volta das 15 horas. Cristóvão teria sido atraído até o local onde foi cercado pelos autores.

A vítima, que recebeu um primeiro golpe na nuca teve o dedo decepado ao tentar se defender das facadas. As mãos de Cristóvão estavam bastante machucadas e um golpe na altura do pescoço chegou a quebrar sua coluna.

Ao ver que o marido estava sendo atacado pelo trio, Fátima tentou ajudá-lo com um cabo de vassoura, mas caiu no chão e foi atacada com dois golpes de facão por Rivelino. O caseiro negou que tenha tinha tido relação sexual com Fátima e disse que tirou as roupas dela e passou as mãos em suas partes íntimas.

Após as mortes, o caseiro, foi preso quando recebia alta do hospital Santa Casa, após ser atendido por causa de um corte profundo no pé. Ele foi socorrido depois que a dona de um bar, que fica a 800 metros da chácara, acionou o socorro. Segundo ela, Rivelino chegou a dizer que sete homens invadiram o local para roubar. Mas, após ser levado para depoimento acabou confessando a autoria dos assassinatos.

Assim que mataram o casal, Rogério e Diogo fugiram com a camionete até Anastácio e, então, até uma chácara localizada a 30 km de Aquidauana, onde estava Alberto que ficou com uma TV roubada do casal.

Alberto confessou à polícia, que Diogo e o irmão chegaram ao local na camionete roubada com as roupas ensanguentadas e teriam queimado as peças. Diogo então seguiu com um outro comparsa (que não teve o nome divulgado durante o inquérito), já que o mesmo não sabia dirigir, para a Bolívia. Ele acabou morto em uma troca de tiros com a polícia durante sua fuga, no município a 444 quilômetros de Campo Grande.

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