O advogado de Roberson Batista da Silva, de 33 anos, acusado de assassinar a tesouradas Mayara Fontoura pediu novamente o adiamento do julgamento do acusado para setembro. O júri popular foi marcado para o dia 19 de julho.

No dia 2 deste mês, em despacho ao Tribunal de Justiça, foi feito o pedido para que o julgamento de Roberson fosse adiado para setembro, já que o advogado do acusado irá se submeter a um procedimento cirúrgico e a recuperação pós-operatório seria de um mês e 15 dias.

Mayara foi morta no dia 16 de setembro de 2017 a tesouradas por Roberson. No dia 16 de abril deste ano, durante a audiência o acusado disse que sustentava Mayara e que mantinha relações com outro homem.

Ele ainda contou que conheceu Mayara em julho de 2015, quando estava foragido do regime semiaberto. Roberson na época ficava com uma garota de programa que era amiga de Mayara. Mas, pouco tempo depois, os dois ficaram juntos.

Roberson ainda teria dito que Mayara estava se separando do ex-namorado e que os dois viveram um relacionamento intenso: em cinco dias juntos, fizeram uma tatuagem com o nome do outro. Poucos dias depois os dois passaram a morar juntos e ele deu uma moto para Mayara.

Em outubro de 2015, ele foi preso depois de ser parado em uma blitz. Ainda assim, os dois continuaram namorando. Foi nesse período em que estava preso que ele passou a desconfiar da namorada. Roberson controlava os passos de Mayara pelo rastreador do iPhone, ligava para o porteiro para confirmar se ela estava realmente em casa. Foi assim que descobriu que Mayara ainda estava se prostituindo.

Feminícidio

Mayara Fontoura de 18 anos foi assassinada na madrugada de 16 de setembro de 2017, na casa onde morava no Bairro Universitário, em . O suspeito teria invadido a casa da jovem para matá-la, durante a madrugada.

A jovem foi encontrada deitada na cama, enrolada apenas a um edredom, já sem vida. Vestígios de sangue foram encontrados pela polícia no quarto e o banheiro da casa e a arma do crime, uma tesoura, foi deixada pelo autor ao lado do corpo. Mayara vivia com Roberson, o autor do crime, desde 2015.

Passagens

Com mais de dez passagens envolvendo apenas casos de violência doméstica, o suspeito acabou preso em abril deste ano em cumprimento a dois mandados de prisão, uma tentativa de homicídio e uma lesão corporal, ambos os crimes contra a ex-mulher.

Roberson foi condenado pela lesão corporal a três meses de reclusão, em regime aberto e a três anos e sete meses pela tentativa de homicídio. Foi preso e fugiu do sistema prisional de Campo Grande pelo menos três vezes. Ainda assim, recebeu a liberdade provisória do dia 14 de setembro, véspera do assassinato de Mayara, por ter cumprido parte das penas e não ter “registro de falta grave em 2016”.