Estelionatários já tem passagens

Duas mulheres e um homem são procurados por aplicarem o golpe do bilhete premiado em uma mulher de 74 anos em , no dia 23 de março. Eles chegaram a serem encontrados no Paraná, mas a demora para que os mandados de prisão fossem expedidos os deixou em liberdade.

O delegado Dmitri Palermo, da Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Defraudações e Falsificações), contou ao Midiamax que a vítima procurou a polícia no dia 24 de março, um dia após ter caído no golpe dos estelionatários. Ela é moradora em Campo Grande e proprietária de postos de combustíveis em uma cidade no Mato Grosso.

Não há até o momento uma explicação do motivo pelo qual ela foi escolhida pelo grupo, mas conforme relato da vítima ela saía de um velório no dia 23, quando foi abordada por Tatiane Aparecida Diman, de 37 anos. A mulher disse ser analfabeta e também afirmou que tinha um bilhete de loteria premiado, no valor de R$ 1,5 mil, mas que queria ir até a lotérica confirmar.

Enquanto Tatiane conversava com a vítima, Camila Fabrícia Martins, de 34 anos, se aproximou e se apresentou como médica, dizendo saber de uma lotérica nas proximidades. Ela deixou com Tatiana o que seria um bolo de dinheiro com notas de R$ 100 e foi até a agência com o bilhete, onde confirmou que a mulher teria ganhado R$ 3 milhões.

Na conversa, as estelionatárias convenceram a vítima a ir com elas até a Caixa retirar o dinheiro, sendo que Tatiana dizia que repartiria o prêmio com as mulheres, que a ajudavam. Elas foram até o apartamento da vítima, onde ela pegou algum dinheiro para deixar como garantia com Tatiane. Foram entregues R$ 5 mil, U$ 2 mil e € 500, além de joias.

Ao todo, a vítima entregou quase R$ 13 mil reais em dinheiro para as golpistas. Quando elas seguiam para o banco, as autoras pediram para que ela parasse o carro no caminho, pois queriam ir ao banheiro. As duas desceram do carro e fugiram. A vítima então procurou a polícia e denunciou ter caído no golpe.

A partir das investigações, os policiais da Dedfaz localizaram uma sorveteria onde as duas mulheres, que são primas, teriam passado, acompanhadas de João Mário da Silva, de 40 anos, marido de Camila. Pelas imagens, eles foram reconhecidos pela vítima e também foi identificado o carro usado pelo grupo, um Gol branco com placas do Paraná.

O delegado Dmitri comunicou a Polícia Rodoviária Federal do Paraná, que conseguiu localizar o veículo em Marialva (PR). As equipes policiais de Campo Grande se deslocaram até a cidade paranaense, onde foram abordados os três suspeitos. Em conversa com o delegado, eles negaram os fatos e informaram o endereço onde moram, em Londrina.

Segundo o delegado, ele fez o pedido de prisão provisória do trio, que até então não tinha sido expedido. Os três acabaram liberados e, duas horas depois, foi autorizada a prisão do trio pela Justiça. Os investigadores foram até o endereço apontado pelos três, mas o porteiro informou que eles tinham pegado alguns pertences e saído do local momentos antes.

O trio agora é considerado foragido e os mandados de prisão foram convertidos para prisão preventiva. Eles já tem passagens por em Dourados e também em cidades do interior paulista. A polícia acredita que outras pessoas possam ter sido enganadas pelo trio em Campo Grande e pede que vítimas procurem a Dedfaz.