Operação que prendeu ‘Cabeça Branca’ sequestrou 4,5 milhões de dólares no Brasil

2ª fase ocorre no Paraguai e valor deve chegar a US$ 100 milhões 

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2ª fase ocorre no Paraguai e valor deve chegar a US$ 100 milhões 

Balanço parcial divulgado pela PF (Polícia Federal) no início da tarde desta segunda-feira (3) revela que a 1ª fase da Operação Spectrum que prendeu Luiz Carlos da Rocha, conhecido por “Cabeça Branca”, no último sábado (1º), também realizou sequestro de US$ 4,54 milhões. Valores podem aumentar, tendo em vista, que equipes ainda estão em diligências para localização de outros patrimônios. A segunda fase da Operação ocorrerá no Paraguai.

A prisão de Luiz Carlos ocorreu em Sorriso-MT, já os valores em dólares foram apreendidos, segundo a PF, em uma residência e um apartamento na cidade de São Paulo. Ainda segundo balanço parcial, a apreensão de aproximadamente 1,5 tonelada de cocaína ocorreu em três locais diferentes. Os valores estão concentrados em joias, relógios, documentos, computadores, fazendas, casas, aeronaves e veículos de luxo importados.

2ª fase

Operação que prendeu ‘Cabeça Branca’ sequestrou 4,5 milhões de dólares no Brasil

As investigações apontam que o patrimônio adquirido por Luiz Carlos da Rocha com o tráfico internacional de drogas pode atingir a soma de US$ 100 milhões, consubstanciado em veículos e imóveis no Brasil e em outros países (registrados em nome de “laranjas”), bem como em contas bancárias em paraísos fiscais, elementos que serão objeto da segunda fase da Operação Spectrum.

Os presos responderão pelos crimes de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação para o tráfico, falsificação de documentos públicos e privados e organização criminosa, com penas somadas que passam de 20 anos de prisão.

A Operação

A Polícia Federal deflagrou a Operação Spectrum para desarticular organização criminosa transnacional especializada em tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, comandada por Luiz Carlos da Rocha. Ele estava foragido há 30 anos.

Cerca de 150 Policiais Federais cumpriram 24 mandados judiciais, sendo dois de prisão preventiva, nove de busca e apreensão em imóveis, dez de busca e apreensão de veículos e três de conduções coercitivas a serem cumpridos nas cidades de Londrina/PR, Araraquara/SP, Cotia/SP, Embu das Artes/SP, São Paulo/SP e Sorriso/MT. As ordens judiciais foram expedidas pela 23ª Vara Federal de Curitiba/PR.

O nome da operação, derivado do latim, tem o significado na língua portuguesa como espectro/fantasma, uma referência ao líder da organização criminosa (ORCRIM), Luiz Carlos da Rocha, criminoso que vivia discretamente e nas sombras, reconhecido no meio policial pela experiência internacional, transcontinental e com larga rede ilegal de relacionamentos, desviando-se das investidas policiais há quase 30 anos.

Curiosidade

O chefe da organização criminosa, Luiz Carlos da Rocha, foi recentemente localizado pela área de combate ao tráfico de drogas da Polícia Federal mesmo com as alterações de suas feições faciais promovidas mediante cirurgias plásticas, a exemplo do que fez outro traficante internacional preso pela Polícia Federal em 2007, o colombiano Juan Carlos Ramírez-Abadía, vulgo Chupeta.

Diante da suspeita de identificação de “Cabeça Branca”, foi acionada área pericial da Polícia Federal que, de posse de dados fotográficos com os antigos traços faciais de Luiz Carlos da Rocha e a atual identidade fotográfica de Vitor Luiz de Moraes, concluiu-se que Luiz Carlos da Rocha e Vitor Luiz de Moraes é a mesma pessoa.

Modo de agir

A organização criminosa de tráfico internacional de drogas liderada por Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, possuía perfil de extrema periculosidade e violência, sendo desvendada durante as investigações a utilização de escoltas armadas, ações evasivas, carros blindados, ações de contra vigilância a fim de impedir a proximidade policial, porte de armas de grosso calibre, bem como o emprego de ações violentas e atos de intimidação para se manter em atividade no tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro.

O grupo criminoso capitaneado por “Cabeça Branca” operava como uma estrutura empresarial, controlando e agindo desde a área de produção em regiões inóspitas e de selva em países como a Bolívia, Peru e Colômbia, até a logística de transporte, distribuição e manutenção de entrepostos no Paraguai e no Brasil, fixando-se também em áreas estratégicas próximas aos principais portos brasileiros e grandes centros de consumo, dedicando-se à exportação de cocaína para Europa e Estados Unidos.

Distribuição SP/RJ

Também foi apurado que Luiz Carlos da Rocha é um dos principais fornecedores de cocaína para facções criminosas paulistas e cariocas. Estima-se que a quadrilha liderada por ele era responsável pela introdução de 5 toneladas de cocaína por mês em território nacional com destino final ao exterior e Brasil.

Segundo as investigações, a cocaína era transportada em aviões de pequeno porte que partiam dos países produtores Colômbia, Peru e Bolívia, utilizando-se do espaço aéreo venezuelano com destino para fazendas no Brasil, na fronteira entre os estados do Pará e Mato Grosso.

Depois de descarregada dos aviões do narcotráfico, a cocaína era colocada em caminhões e carretas, com fundos falsos especialmente preparados para o transporte da droga, cujo destino era o interior do estado de São Paulo para distribuição para facções criminosas paulista e carioca, ou o Porto de Santos/SP, de onde era exportada para Europa ou Estados Unidos.

Trata-se de mais uma ação da Polícia Federal focada na desarticulação estrutural e financeira de organização criminosa de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro responsável por abastecer facções criminosas brasileiras e internacionais. Somente no ano passado a Polícia Federal desencadeou 121 operações contra o tráfico de drogas, com o sequestro de R$ 250 milhões em patrimônio ilegal e mais de 41 toneladas de cocaína.

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