Operação foi realizada nesta manhã 

Equipes do (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) encontraram na manhã desta sexta-feira (17) cinco munições dentro de uma gaveta da mesa do Diretor do DOP (Departamento de Operações), Reginaldo Francisco Regis, na sede da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul). A apreensão aconteceu durante a , que cumpriu mandados de busca e apreensão em Dourados, Aquidauana e .

As munições calibre 12 estavam dentro de uma das gavetas do diretor, em sua sala na Agepen. Reginaldo Francisco Regis está de férias, e como a gaveta estava trancada, um chaveiro foi acionado para abrir a fechadura. O caso foi registrado como posse irregular de arma de fogo de uso permitido, na 3ª Delegacia de Polícia Civil.

Na mesma delegacia, outra apreensão feita durante a ação foi registrada. Desta vez, na casa de um agente penitenciário, de 37 anos. As equipes foram até a residência, localizada na Vila Margarida, por volta das 6 horas da manhã. Dentro de um guarda-roupa, guardado em um copo plástico, foram encontradas três munições de calibre 380 e uma munição de calibre 38.

O agente foi levado para a delegacia para prestar esclarecimento. Segundo o Ministério Público Estadual, além do diretor do DOP, o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa, Dilson de Assis Martins da DAP (Diretoria de Assistência Penitenciária), Mauro Liverman da DEP (Chefia de Estabelecimentos Penais), e a Chefia de Divisão de Trabalho, são alvos da operação em Campo Grande.

Na residência de um dos diretores, que não teve o nome divulgado, foram encontrados R$ 90 mil. Para a imprensa, Ailton Stropa negou que tenha sido ele e afirmou não ter receio das investigações. “A ação é vista com satisfação. Eu respondo pela Agepen e assim como o governador e o secretário, sou transparente. Se algum servidor praticou um ato irregular, deve ser punido e a Agepen fornece toda colaboração com o Gaeco”, disse Stropa.

Os celulares dos investigados foram apreendidos. A Operação Girve apura a prática de peculato, falsidade documental e corrupção.

Investigação

De acordo com informações da coordenadora do Gaeco, Cristiane Mourão, o objetivo é apurar ilegalidades cometidas durante a realização do curso de treinamento para intervenção rápida, contenção, vigilância e escolta do sistema penitenciário do Estado, para formação do grupo conhecido como Girve (Grupo de Intervenção Rápida, Contenção, Vigilância e Escolta).

Esse treinamento aconteceu na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande em abril de 2016. Durante 10 dias, agentes penitenciários da Dpoe (Diretoria Penitenciária de Operações Especiais) de Brasília estiveram em Campo Grande treinando 79 agentes da Capital. No dia 13 do mesmo mês, a última atividade do curso foi à realização de um pente-fino.

A vistoria nas celas gerou um princípio de tumulto na unidade. Foram vitoriadas 30 celas, mas em duas delas houve resistência de alguns presos. Em uma das celas, dois detentos não teriam obedecido o comando dos agentes e precisaram ser retirados, em outra um preso chegou a jogar uma pedra nos servidores e foi contido.

Depois da ação, denuncias de tortura foram feitas pelas famílias e pelos próprios presos em um vídeo divulgado na internet. Parentes dos internos chegaram a fazer protesto contra a maneira que os familiares foram tratados. “Esses treinamentos não faz nem com animal”, disse a esposa de um detento na época.

Operação Xadrez

Na segunda-feira (23), o Gaeco deflagrou a no presídio de Corumbá, onde dois diretores um do regime fechado e outro do semiaberto foram presos, além da condução do vereador Youssej Mohamed El Sala (PDT), para prestar depoimento.

A operação investigava a ‘facilitação da vida’ de presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) permitindo a entrada de drogas nas unidades. Em troca recebiam dinheiro da facção.

Com foco no sistema prisional, foram cumpridos mandados dentro e fora do presídio de Corumbá. Ao todo foram 12 buscas e apreensões, nove mandados de prisão e uma condução coercitiva.