Decisão só deve ser feita ao fim do inquérito

Na manhã desta quarta-feira (15), um dia após a morte de Wesner Moreira da Silva, de 17 anos, o delegado Paulo Sérgio Lauretto, responsável pela investigação do caso, deu detalhes sobre os próximos passos da investigação. Ele afirmou que ainda não está definido se o caso será tratado como lesão corporal seguida de morte ou homicídio doloso – quando há intenção de matar.

Em coletiva concedida na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o delegado esclareceu que o pedido de prisão preventiva para os agressores Tiago Demarco Sena, de 20 anos, e Willian Larrea, de 31 anos, foi feito por volta das 12 horas de terça-feira. Uma hora depois de o delegado contatar o judiciário, Wesner morreu na Santa Casa.

Segundo o delegado Lauretto, o promotor se manifestou favorável à prisão, mas ainda não deu uma resposta definitiva, portanto ainda não há mandado de prisão. Além disso, a autoridade afirmou que questões subjetivas são analisadas e ainda é feita uma análise para definir a tipificação do crime, que até então é tratado como lesão corporal seguida de morte. O caso pode passar a ser tratado como homicídio doloso.

O delegado explicou que o dolo, a intenção, no crime pode ser definida uma vez que proprietário e funcionário do lava-jato sabiam como o compressor funcionava e que colocar o ar comprimido no corpo de uma pessoa através da mangueira poderia causar ferimentos graves. Além disso, há a qualificação do crime de dificuldade de defesa da vítima, que era segurada pelos dois agressores.

Se definido como homicídio doloso, os agressores podem pegar pena de até 30 anos de reclusão, enquanto se responderem por lesão corporal, podem cumprir até 12 anos. O delegado Lauretto informou que pretende concluir o inquérito policial até o fim da próxima semana. Outras testemunhas serão chamadas pra prestarem depoimento.

Tiago e Willian ainda não prestaram depoimento oficialmente, no entanto, assim que a justiça autorizar a prisão, eles devem se apresentar na delegacia, ou serão considerados foragidos.

Exame de corpo de delito

O delegado Lauretto afirmou que recebeu o laudo do exame de corpo de delito na manhã de terça-feira e, por isso, decidiu pela prisão dos agressores. No entanto, o laudo não é esclarecedor em vários pontos, como por exemplo não explica se o ar foi introduzido no corpo da vítima por cima da roupa ou não.

Agora, a polícia precisa do laudo do exame necroscópico, a ser entregue pelo Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). O caso segue investigado pela Depca e, desde a tarde de terça-feira, a família vela o corpo do adolescente em casa, no Pioneiros.