Vídeo flagra momento de atentado contra agente penitenciário em MS
Imagens mostram quando servidor foi ferido com 5 tiros
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Imagens mostram quando servidor foi ferido com 5 tiros
Quatro tiros atingiram o agente penitenciário Enderson Bogas Severi, de 34 anos, na manhã desta quarta-feira (31). O agente foi vítima de emboscada em Naviraí, cidade distante 359 quilômetros de Campo Grande. Ele estava em uma motocicleta quatro rapazes em outras duas motos passaram por ele atirando.
Conforme imagens de uma câmera de segurança, que registraram o momento do crime, Enderson seguia em sua motocicleta, e não estava a pé, como noticiado anteriormente. Ele acompanhava a mulher, que estava de carro e havia deixado os filhos na creche, quando os quatro bandidos que o seguiam passaram por ele em duas motocicletas.
A ação dura menos de 10 segundos, conforme o registro em vídeo. Os passageiros das motos atiraram cinco vezes contra o agente penitenciário, que foi atingido por quatro tiros no abdômen, pernas e na coluna. Ele estava consciente quando foi socorrido e foi levado para um hospital na cidade de Dourados, por conta da gravidade dos ferimentos.
O estado de saúde do agente é delicado. Até o momento não há informação de que os suspeitos tenham sido encontrados ou identificados. Há suspeita de que haja relação do atentado contra Enderson e o motim que ocorreu no início do mês no Presídio de Segurança Máxima de Naviraí, onde o agente trabalha desde 2011. Também há indicativo de que os criminosos sejam de outra cidade e tenham envolvimento com uma facção criminosa.
Comunicado da Agepen
Em nota, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que uma equipe garante a segurança do servidor e da família. Equipe de Apoio ao Servidor da Agepen também dá assistência necessária. Ainda conforme a publicação, o secretário da Sejusp (Secretária de Justiça e Segurança Pública) José Carlos Barbosa colocou todo o aparato da segurança pública pra solucionar quem são os autores do crime e fazer a prisão dos envolvidos.
A ação tem como intenção dar uma resposta à família, aos servidores e à população. Segundo o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, no momento, as atenções estão voltadas para que o servidor penitenciário receba o melhor atendimento possível, com a vida preservada e sem sequelas. O diretor de Operações da Agepen, Reginaldo Francisco Régis, está em Naviraí e acompanha as investigações.
Confira AQUI a nota na íntegra
Situação no presídio
O Presídio de Segurança Máxima de Naviraí conta com aproximadamente 42 dos agentes penitenciários, dos quais 36 cuidam da custódia de presos. Ao todo, são 9 agentes por dia no presídio, tomando conta de 578 presos. No início do mês, um motim terminou com a morte de um detento pelos próprios presos e a destruição do prédio.
O estabelecimento penal tem capacidade para menos da metade dos presos que abriga, 246 é o número máximo de internos que deveriam estar no presídio. Além disso, a custódia de presos deve ser feita no quantitativo 5 para 1, ou seja, 5 presos para cada agente. A realidade fica distante, seriam necessários mais de 100 agentes para que fosse cumprida a determinação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
Falta de efetivo
Além dos problemas com o efetivo nos presídios, cuja defasagem já foi pontuada pelo próprio diretor-presidente da Agepen, houve sinalização do Governo de colocar agentes penitenciários para custodiarem presos nas delegacias de Mato Grosso do Sul. Com presídios superlotados e presos cumprindo pena nas delegacias, hoje o serviço de custódia nas delegacias é feito por policiais civis.
Os policias não passam por qualquer treinamento para custodiarem os detentos e mais de uma vez houve ataques aos civis para que os presos pudessem fugir das delegacias do Estado. Os agentes, por sua vez, custodiam os detentos nos presídios, mas não têm aparatos de segurança ou armamento, atuam sem coletes balísticos e, conforme denúncia frequente encaminhada ao Midiamax, sofrem ameaças diariamente por parte dos presos.
Recentemente, cinco agentes foram intoxicados no Presídio de Segurança Máxima depois de tomarem café preparado pelos próprios presos, que trabalhavam na cozinha do presídio. Após mais um atentado a um agente penitenciário, os agentes já sinalizaram a intenção de fazerem mobilizações caso o Governo não tome atitudes concretas.
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