Para a Agepen, o caso ainda não é tratado como surto 

Depois de ameaçar um agente penitenciário com um garfo, Dyonathan Celestrino, conhecido como ‘’, passará por uma nova avaliação psiquiátrica nesta semana. Mesmo sendo o terceiro ‘surto’ em menos de um ano, não há previsão de transferência para o rapaz do Instituto Penal de .

A assessoria de comunicação da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário do Mato Grosso do Sul) afirmou que o caso desta segunda-feira (8) ainda não é tratado como surto. Para isso, Dyonathan deve passar primeiro pela avaliação da equipe médica responsável por cuidar dele.

Após a avaliação, a equipe formada por psiquiatra, psicólogo e assistente social, vai orientar a Agepen a como proceder. Segundo a agência, o interno deve um comportamento normal durante a semana e depois do episódio não voltou a apresentar nenhuma alteração. “Ao que parece foi indisciplina dele, o que pode acontecer com qualquer preso”, informou.

Esse é o terceiro caso em que Dyonathan apresenta ‘comportamento confuso’ e ameaça agentes penitenciários. Em setembro do ano passado, um servidor na unidade chegou a ser ferido por uma lança artesanal durante um surto do ‘Maníaco da Cruz’. Ainda assim, segundo a Agepen, não há possibilidades de transferência para o preso.

No Instituto Penal, Celestino é mantido afastado dos outros presos, tem acompanhamento psiquiátrico rotineiramente, faz aulas na faculdade do presídio e também participa de um curso religioso.

Entenda

Conhecido como ‘Maníaco da Cruz’ depois de uma série de assassinatos no interior do Estado, Dyonathan voltou a ter um surto nesta segunda-feira (8) e ameaçou matar um agente penitenciário com um garfo. O caso aconteceu quando o interno se recusou a voltar para a cela depois do banho de sol.

O rapaz estava na quadra de do lado de fora do pavilhão II, que fica próximo ao setor de escola e padaria da unidade e no momento em que percebeu que o agente penitenciário abriu o portão para retirá-lo dali se misturou aos internos que voltavam para as celas e se escondeu na cantina da unidade, onde não tem permissão para entrar.

O servidor então notou a ausência de Dyonathan e pouco depois percebeu que o ‘Maníaco da Cruz’ estava escondido no setor de salgados. O agente deu ordem para que ele saísse de lá, mas o rapaz negou.

Depois de várias tentativas, o agente afirmou que ele teria que levá-lo a força e em resposta Dyonathan se armou com um garfo e passou a fazer ameaças, afirmando que queria ficar no local e gritando frases como: “Quero ver quem vai me obrigar a entrar naquela cela”, “vem pra ver se não te furo todo”.

Ele foi desarmado e levado até a cela, mas lá reagiu novamente e tentou agredir o agente com socos e chutes. Foram necessários mais dois funcionários para guardar Dyonathan na cela. Mesmo assim, o rapaz continuou ameaçando os servidores. “Eu mando na cadeia, eu mando no juiz, na promotora, eu dou ibope pra TV, vou f**** com tua vida, se te pegar te mato”, ameaçou.

Surtos

No dia 20 de setembro de 2015, Dyonathan teve o primeiro surto. Na data o rapaz começou a jogar marmitas e outros objetos nos presos. Ao tentar conter e recolher o detento para a cela, os agentes penitenciários da unidade foram ameaçados com um cabo de vassoura. Na ação, Dyonathan cuspiu nos agentes e feriu um deles no braço.

Nove dias depois, ele precisou ser levado para o Centro de Atenção Psicossocial depois de apresentar “comportamento confuso”. Celestino se recusou a comer e a tomar os remédios prescritos pela psiquiatra que faz o seu acompanhamento. Também apresentou comportamento irregular, falando frases desconexas e negando o tratamento.

Na ocasião, Dyonathan foi proibido de ir às aulas de à distância em gestão ambiental, que eram feitas em uma sala de aula no próprio presídio, por segurança.

Caso

Dyonathan ficou conhecido como ‘Maníaco da Cruz’ em 2008, quando tinha apenas 16 anos, depois de matar o pedreiro Catalino Gardena, a frentista Letícia Neves de Oliveira e a jovem Gleice Kelly da Silva e deixar seus corpos posicionados em sinal de crucificação em cemitérios.

As vítimas eram submetidas a uma ‘sessão de perguntas’ sobre seus comportamentos sexuais antes de serem executadas por serem consideradas impuras. Há sete anos, ele foi apreendido na Unei (Unidade Educacional de Internação) de onde fugiu e ficou a pouco mais de um mês foragido.