Proprietários responderão por crime ambiental 

Depois de fazer análises das degradações de áreas de várzeas e nascentes do Rio da Prata, a PMA (Polícia Militar Ambiental) de Bonito, distante 300 quilômetros de Campo Grande, detectou irregularidades e autuou mais um proprietário rural, desta vez em mais de 3,1 milhões. Com esta, sobe para R$ 16, 6 milhões o valor em multas deste que as vistorias começaram.

De acordo com informações da polícia, foram concluídos os levantamentos na fazenda Boa Vista, espólio da fazenda Aurora, localizada às margens da BR 267, no município de Bonito.

De início os policiais constataram a criação de gado dentro de área de preservação permanente. Não havia cercamento das áreas protegidas dos córregos Sucuri e Barreiro, em um perímetro de 10 quilômetros. Por causa disso as áreas de matas ciliares eram pisoteadas pelo gado e degradadas, especialmente com surgimento de erosões nas imediações e de margens dos cursos d’água.

A falta de cuidados com o solo, que gerou erosões e assoreamento dos córregos, causou o aumento da turbidez da água do Rio da Prata, tendo em vista que ambos os cursos d’água são afluentes deste rio.

As atividades irregulares foram interditadas e a proprietária da fazenda, advogada de 64 anos, que mora em Campo Grande, foi autuada administrativamente e multada em R$ 3.196.541. Ela também responderá por crime ambiental de destruir área de preservação permanente e poderá pegar pena de prisão de um a três anos.

A autuada foi notificada a apresentar plano de recuperação da área degradada, junto ao órgão ambiental. Os autos também serão encaminhados ao Ministério Público para possível abertura de ação civil pública de reparação dos danos ambientais.

Os levantamentos continuarão nas demais propriedades suspeitas de irregularidades. São levantamentos terrestres, por imagens de satélites, fotografias e vídeos aéreos, no sentido de se levantar as ilegalidades e avaliar os danos ambientais, para a aplicação inicial das multas administrativas, que serão julgadas pelo Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), bem como para subsidiar a parte criminal e para servir de base para o Ministério Público, em possível ação civil pública para a reparação dos danos ambientais.