Ele afirmou que ‘foi sem querer'

Anderson Rodrigues de Campos, de 28 anos, foi condenado a oito anos de reclusão em regime fechado por esfaquear a ex-namorada, Bruna Cristina, que tinha conhecido através do Facebook, em setembro de 2015. A condenação veio nesta quarta-feira (14), quase um ano depois do crime, durante audiência no Tribunal do Júri.

O suspeito foi preso no dia 9 de outubro do ano passado, e esperava a condenação. Durante o julgamento a vítima prestou depoimento. Quando chegou na sala, ela pediu para que o ex e agressor fosse retirado e disse que tem medo dele em qualquer circunstância.

No julgamento, o Ministério Público afirmou que o suspeito agiu por motivo torpe, pois não aceitava o rompimento do relacionamento amoroso. A defesa de Anderson tentou desqualificar o crime, mas ainda assim, o Conselho de Sentença o condenou por homicídio qualificado.

Em seguida o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, definiu em oito anos de reclusão.

Depoimentos

Bruna foi esfaqueada por Anderson no pescoço e precisou levar 15 pontos no ferimento. Ela contou que conviveu com o agressor por 5 meses, depois de conhecê-lo pelo Facebook. Pouco tempo depois os dois já estavam morando juntos no município de Angélica.

Segundo a vítima, nas primeiras semanas Anderson a tratava bem e era um bom companheiro, mas não demorou muito para começar a demonstrar ciúmes excessivo. Ele a agredia com tapas e empurrões e logo começou também a bater na vítima com socos e chutes. “Tinha dias que eu estava deitada, dormindo e acordava com ele me dando socos”, contou.

Após passar um dia inteiro sendo agredida, a vítima se cansou e procurou a polícia. Foi feito um registro por lesão corporal e ela conseguiu medidas protetivas contra Anderson, se separou e veio para . Dois dias antes da tentativa de homicídio, eles se encontraram em um posto de combustível e ele pediu que ela retirasse a queixa, mas a vítima afirma que não aceitou e foi embora.

No dia 23 de setembro, Bruna acordou por volta das 7 horas, foi limpar o quintal e viu Anderson andando na rua, quando correu para dentro da casa e tentou ligar para a polícia. Ele arrombou a porta, entrou na residência gritando e dizendo que ela estava com outra pessoa. A jovem tentou correr, mas conta que foi puxada pelos cabelos e arrastada pelo agressor, que com uma faca a golpeou no pescoço, provocando um corte até o ombro.

A vítima ainda lembra que ele sempre a ameaçava dizendo “Vou te matar como se mata um carneiro”. Ela afirma ainda que Anderson trabalhava no campo e carneava animais, portanto tinha conhecimento de como manusear uma arma branca.

Ao júri, o acusado afirmou que foi até a casa da vítima para conversar e que eles discutiram. Na versão dele, Bruna o agrediu com tapa e uma mordida e que pegou a faca na cozinha, e que para se defender ele segurou a faca e deu uma ‘gravata' para imobilizá-la, mas acabou a esfaqueando.