Um problema técnico no Sigo teria dificultado o cadastro do nome social 

A delegada Ariene Nazareth negou que tenha havido qualquer tipo de discriminação no caso da travesti que foi levada à 1ª Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) na última sexta-feira (22) após uma ocorrência de ameaça e injúria em uma residência no Bairro Zé Pereira. Em conversa com o Jornal Midiamax a delegada destaca que o direito ao nome social no registro foi respeitado.

Segundo a delegada a travesti e o marido, que tiveram o nome preservados, chegaram na delegacia por volta das 23 horas da sexta-feira conduzidos por um equipe da Polícia Militar na qualidade de autores dos crimes de injúria, ameaça e violência doméstica. No momento da confecção do BO, a delegada conta que os plantonista solicitou a carteira com o nome social da travesti, mas um problema no Sigo (Sistema Integrado de Gestão Operacional) fez com que a ocorrência fosse realizada no nome dela registrado em cartório.

“A delegada plantonista solicitou a carteirinha dela, mas não conseguiu cadastrar o nome no Sigo por causa do número do RG”, declara a delegada que em seguida explica que o sistema busca de forma automática o nome de quem está registrando a ocorrência através do número do CPF ou RG. Neste caso o nome que sistema identifica é o registrado em cartório, não aceitando outro.

Mesmo com o problema técnico a delegada ressalta que não foi deixado de lado informação que se tratava de uma travesti e o direito ao nome social foi respeitado. “Infelizmente no Sigo não deu para cadastrá-la com o nome social, mas a primeira linha do BO consta o nome social dela e ela está sempre sendo tratada no feminino”, destaca a delegada.

Como a travesti disse que também foi vítima de agressão um boletim de lesão corporal dolosa também foi registrado e foi solicitado o exame de corpo de delito para ela e o marido. A delegada ressalta que a plantonista entrou inclusive em contato com a PF (Polícia Federal), para saber como proceder já que o esposo da travesti é italiano.

O caso de lesão corporal será investigado pela polícia. Já o de ameaça e injúria, por não haver interesse de representação por parte da família contra a travesti, não haverá investigação.