Padrasto também deve processar o Estado
Em uma noite a vida de um jovem, de 25 anos, se transformou completamente trazendo transtornos e uma acusação grave de estupro de vulnerável. O ajudante de pedreiro, que terá a identidade preservada, é padrasto de uma menina, de 9 anos, e foi acusado de ter abusado da criança, no dia 16 de setembro.
Em depoimento na Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), o homem disse que depois das falsas acusações a vida ficou tumultuada. “Minha vida está tumultuada, o meu casamento ficou complicado porque eu não falo mais com minha esposa, já que existe uma medida protetiva dizendo que não posso me aproximar“, fala.
Ainda de acordo com o jovem, no dia em que foi acusado, ele teria ido até o quarto do filho para buscar um remédio e a criança acordou chorando. Ao tentar fazer o menino dormir, o autor entrou e começou a gritar que ela estaria cometendo o estupro contra a enteada que estava no local. “Eu fugi, fiquei acuado e com medo”, justifica.
O ajudante de pedreiro diz que não gostava da presença do ‘amigo’ na residência da família. Conforme os relatos, o autor ficava a sós com a menina assistindo televisão. “Eu era o freio dele na casa e ele queria tirar isso para ficar livre”, frisa.
Depois de ser acusado, a enteada esclareceu que foi forçada a mentir e que o amigo, que fez a acusação era quem cometia os abusos. O jovem afirma que mesmo depois de toda a história ser esclarecida, ainda é alvo de olhares acusadores de pessoas que ainda acreditam que ele tenha estuprado a criança. “Os vizinhos ainda me olham torto, outros dizem que vou pagar por isso”, relata.
O advogado do jovem afirmou que irá revogar a medida protetiva depois dos acontecimentos e que irá entrar com ação de reparação por danos morais em face do Estado, por causa da medida protetiva, sendo que o rapaz não era culpado de crime nenhum.
O delegado que cuida do caso, Paulo Sérgio Lauretto disse ao Jornal Midiamax, que o inquérito será concluído e encaminhado para a promotoria e que se a promotoria entender a mãe pode ser processada por omissão e negligência.
O caso
A denúncia de estupro chegou à Polícia Militar no dia 16 de setembro, como se o padrasto tivesse sido flagrado abusando da enteada. No dia, o próprio suspeito chegou a dizer para a mãe da vítima, que viu o padrasto fazendo sexo oral na menina. No entanto, quando a menina foi ouvida por investigadores e psicólogos da Depca contou que o padrasto nunca havia encostado nela.
A vítima afirmou à polícia, que no dia 16, o padrasto teria ido buscar um remédio dentro do quarto e abaixou para fazer carinho no irmão e o colocar na mesma cama para dormir. A menina pontuou, que o suspeito viu o padrasto dentro do quarto, saiu e em seguida voltou acompanhado de sua mãe afirmando que havia visto o abuso.
Ainda conforme o delegado, a menina relatou que há algum tempo o suspeito já havia pedido para que ela dissesse que o padrasto a estuprava. A vítima disse que iria contar a verdade no dia do flagrante, mas o suspeito a pressionou e ela acabou “confirmando” que havia sido o padrasto.
A menina ressaltou que em 2015, seu irmão chegou a ver o suspeito praticando o abuso. À polícia, o irmão confirmou que flagrou o abuso em duas ocasiões. Na primeira ele pediu para que o servente parasse de fazer, e na segunda vez contou para a mãe.
Na época, a mãe chegou a perguntar para a filha, mas como a menina negou não procurou a polícia. O suspeito já responde por estupro de dois irmãos de 8 e 12 anos. O caso teria ocorrido em 2013 e ele havia agido da mesma forma, como um amigo da família.