Motociclista voltava para casa quando teve pescoço, nariz e dedos cortados por linha

O frentista Geraldo Carlos Ferreira Filho, de 37 anos, teve o pescoço cortado na tarde de domingo (11), ao voltar do trabalho. O fato ocorreu no Bairro Moreninhas, região sul de .

De acordo com a moradora da região e esposa da vítima, Patrícia Mendes, de 37 anos, que procurou a equipe do Jornal Midiamax, o marido tem uma motocicleta com a vareta de proteção. “A antena fica em apenas um lado da moto e como a linha veio do outro lado, pegou o pescoço dele em cheio”, conta.

A mulher ressalta que o acidente ocorreu no momento em que o esposo dela foi virar a rua da casa deles. “Ele estava no cruzamento e perto de casa e por isso estava devagar. Graças a Deus, porque se tivesse na velocidade normal, poderia ter ocorrido algo muito mais grave”, frisa.

O marido relatou a ela que sentiu algo quente no pescoço e cortante. “A atitude dele foi colocar a mão para tirar, por isso, cortou dois dedos e a ponta do nariz”, revela e complementa, “nestas horas não tem como saber quem era o ‘responsável' ou ‘irresponsável' pela linha com o cerol”.

Ele foi até a casa da cunhada à procura da esposa. “Quando vi, me assustei, então limpei o ferimento e até tirei uns pedaços de vidros que ficaram grudados. O corte foi grande, de um lado a outro no pescoço”, descreve.

A moradora contou que chegou a procurar a 4ª Delegacia, porém não estava funcionando por conta do fim de semana, mas que foi orientada a procurar uma Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da região para fazer o boletim de ocorrência. “Achei a base da GCM (Guarda Civil Municipal) e denunciei o caso. Então vi que após a chuva, que caiu na tarde de ontem, eles passaram por aqui, mas só recolheram linhas e pipas que tinham cerol”, conta.

“Acho que a polícia está esperando um morrer para fazer alguma coisa ou voltar com aquelas campanhas intituladas ‘educativas', mas que não ajudam em nada, a família que perde um ente querido por um crime, que muitos chamam de ‘brincadeira”, afirma Patrícia, que diz conhecer outras vítimas do cerol. “Uma conhecida nossa teve três dedos amputados por tentar segurar a linha que quase cortou o pescoço dela”.

Denúncia

Na semana passada, moradores do Jardim Panamá e Altos do Panamá, região oeste de Campo Grande, denunciaram para a equipe do Jornal Midiamax diversos rapazes e crianças soltando pipas com cerol. A reportagem esteve no local e chegou a contabilizar 50 pessoas, que inclusive estavam de carros e motociclistas, onde promoviam ‘rachas' para pegar as pipas que foram cortadas com as linhas de cerol.

Moradores daquela região informaram que a ação de soltar pipas com o material proibido ocorre todos os dias e que apesar de denúncias ao 190 e para a Polícia Civil nenhum material foi apreendido ou mesmo ninguém foi responsabilizado na localidade.

Crime

Há alguns anos, o tema cerol foi muito divulgado e propagado pela mídia e autoridades, onde dava ênfase sobre o perigo e punibilidade de quem pratica tal ato. Porém, em janeiro, mês de férias para muitos, crianças, jovens e até mesmo adultos são facilmente flagrados nos bairros soltando pipas, porém a maioria das linhas está com o ‘cerol'.

O nome faz menção a uma mistura de pó de vidro triturado com cola de madeira que é passada na linha das pipas para que se tornem cortantes. Eles usam estes artifícios para ‘derrubar' a pipa de outro, porém fazem questão de fechar os olhos para os riscos que isso pode trazer a outros.

Durante as campanhas feitas pelas polícias, Civil e Militar, o crime pode se enquadrado em dano, no caso em que houver destruição a um imóvel ou móvel, como estragar a cerca elétrica. Em lesão corporal, quando uma vítima ficar lesionar e até em homicídio, no caso de morte, como já houve registros em .

Serviço: Para denunciar crimes de cerol está disponível o telefone do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) 190.