O policial foi executado durante uma investigação do roubo de uma joia avaliada em R$ 80 mi. A polícia detalhou a participação de todos os envolvidos no crime e encaminha hoje o inquérito ao Ministério Público
A polícia encaminha na tarde de hoje ao Ministério Público, o inquérito que apurou a morte do policial Dirceu Rodrigues dos Santos. Ele foi assassinado no dia 28 de janeiro, enquanto, ao lado do companheiro Osmar Ferreira, investigava o roubo e uma corrente avaliada em R$ 80 mil.
Em entrevista coletiva concedida na manhã desta segunda-feira na sede da Diretoria-Geral de Polícia Civil (DGPC), os delegados envolvidos na investigação detalharam a participação de cada um dos envolvidos.
Os cinco homens já foram encaminhados para o Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, a mulher levada para o presídio feminino, enquanto o menor está apreendido na Unei Los Angeles.
Os dois policiais teriam recebido a informação de que a joia estaria em uma determinada casa no bairro Campo Nobre. Passando-se por interessados na compra da corrente, os dois começaram a fazer os levantamentos.
No entanto, Osmar, que entrou na casa para tentar negociar acabou sendo reconhecido e dominado com um golpe conhecido como “mata leão”, perdendo os sentidos. Ao mesmo tempo um grupo deixou a casa e dominou Dirceu, que estava aguardando em um carro descaracterizado e foi atingido, primeiro com um tiro na barriga e posteriormente com mais dois tiros (execução) na testa e nuca.
Alexandre Gonçalves da Rocha, de 21 anos, foi o autor dos três tiros que mataram Dirceu, utilizando dois revólveres, ambos calibre 38. O primeiro tiro foi com uma arma que estava em seu poder. Os outros dois com o revólver do policial. Ele foi indiciado por homicídio qualificado, lesão corporal, receptação (da corrente roubada) furto do carro e da arma do policial e corrupção de menor.
Alexsandro Gonçalves da Rocha, de 19 anos, a travesti “Alexia”, teria iniciado a agressão ao policial Osmar, teria repassado o revólver para o irmão desferir o primeiro tiro em Dirceu e também vai responder por homicídio e lesão corporal.
Geovani de Oliveira Andrade, de 18 anos, vai responder por porte ilegal de arma, receptação, resistência e favorecimento pessoal.
Renato Ferreira Alves, de 21 anos, vai responder por porte ilegal de arma, pois estava com ele o revólver com o qual foi feito o primeiro disparo contra o policial.
Cléber Ferreira Alves, de 36 anos, teria sido o responsável por esconder o revólver do policial e também vai responder por porte ilegal de arma.
Lúcia Helena Barbosa Gonçalves, de 50 anos, mãe de Alexandre e de Alexsandro, que já cumpre pena no regime semiaberto por tráfico de drogas, responderá agora por receptação, pois em um guarda-roupa de sua casa foi encontrada a corrente alvo da investigação que acarretou na morte do policial.
O menor de 15 anos que dirigiu o carro do policial e participou de sua execução dirigindo o carro antes da execução do policial e responsável por abandoná-lo nas proximidades do local do crime. Vai responder como coautor do homicídio.
De acordo com o delegado João Belo Reis, da 5ª Delegacia, que comandou as investigações, o principal responsável pelo crime foi Alexandre. “Ele já responde por homicídio e capitaneou a prática do crime. Foi uma execução sumária”, afirmou.
Quanto ao encerramento do inquérito, o titular da delegacia, delegado João Carlos Mendes afirmou que viu com grande sucesso a elucidação do crime. “O Estado é recordista em elucidação de homicídios. Houve uma comoção da categoria neste caso, mas não porque envolveu um policial que o empenho foi maior”, concluiu.