Dois irmãos foram presos por tráfico de drogas nesta quarta-feira (9), em Campo Grande. Um deles morava em uma casa com inúmeras câmeras de segurança, como uma fortaleza, para “vigiar” as ações da polícia.

Thiago Franco da Silva, de 27 anos e Dayana Franco da Silva, de 26 anos, foram presos na segunda-feira pela Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). A “fortaleza” foi localizada na Rua Travessa da Passagem, na Vila Nhá-Nhá, quando a Polícia Civil seguiu Thiago, que já vinha sendo monitorado há seis meses.

“Já tínhamos ido à casa, mas não ficou configurado tráfico. Agora conseguimos dar o flagrante e ele confessou”, afirmou o delegado Rodrigo Yassaka. Com Thiago foram encontrados no local 2 quilos de pasta-base, uma pistola 380 com a numeração raspada.

Já Dayana foi presa em outra casa da família portando 170 gramas de pasta-base, porém ela nega envolvimento. Thiago também diz que a irmã não sabia de nada.

Traficava para sustentar filhos

Thiago ainda tentou argumentar que traficava porque após levar um tiro no braço ficou difícil conseguir emprego de motorista e se envolveu no crime para sustentar dois filhos. “Estou há dois anos no tráfico”, revela.

Ele tem inúmeras passagens pela polícia, inclusive por tentativa de homicídio. Com os irmãos foram apreendidos uma máquina de choque, dois notebooks, vários celulares, munições, dinheiro, TV de plasma, compressor, ar-condicionado, tudo mercadoria sem nota fiscal. Um Celta do Thiago e motocicleta YBR também foram apreendidos.

A polícia calcula que os dois quilos de pasta-base que estavam com o traficante valeria em torno de R$ 12 mil brutos e que ao fracionar em pequenas quantidades para comercialização, Thiago poderia lucrar até R$ 20 mil.

Polícia chega a terceiro traficante

O desdobramento do caso rendeu a prisão de Leonardo Assunção, de 19 anos, conhecido por Ting-Ling. Ele foi preso no bairro Parati com uma pistolas 380 e um revólver 38. “Comprei as armas para me defender”, disse. Uma estava embaixo da cama e outra no criado mudo.

Segundo o delegado, os casos de tráfico têm sido verificados cada vez mais como um “negócio em família”. “Vem acontecendo vários casos em que a família inteira está envolvida. Se um vai preso passa o controle a outro familiar e assim vão revezando”, concluiu.