Arquivos com informações da campanha de parlamentar foram encontrados em máquina do Poder Público em comitê eleitoral; delegado aguarda laudos complementares para concluir inquérito.

Para a polícia, não resta dúvidas de que um computador da Prefeitura de Bonito estava sendo usado na campanha à reeleição do deputado estadual (PTdoB). Agora, a investigação aguarda laudos complementares para encerrar o inquérito do caso.

O chefe de gabinete da Prefeitura de Bonito, Newton Cirqueira, o Berenga, foi preso em no comitê, na sexta-feira (22). Primeiro, conforme consta nos autos policiais, ele tentou dizer que o computador pertencia ao dono de uma loja de informática, mas foi desmentido pelo próprio comerciante.

A primeira perícia no computador, atestando que ele pertencia à Secretaria Municipal de , foi feito pelo próprio especialista em informática, nomeado perito pelo delegado Roberto Gurgel de Oliveira Filho. No equipamento também foram encontrados arquivos relacionados diretamente à campanha política, como relação de cabos eleitorais, despesas e listas de veículos.

O delegado pediu à Prefeitura a relação de computadores, com descrição e número de patrimônios dos equipamentos usados na Sema. Ele espera concluir o inquérito dentro dos 30 dias previstos.

Berenga foi solto na noite de terça-feira (26). Depois de ter sido exonerado do cargo pela Prefeitura, que também abriu sindicância sobre o caso, a Justiça reconsiderou a prisão preventiva, decretada no sábado (23).

O deputado, até o momento, referiu-se publicamente ao assunto somente em nota enviada à imprensa na manhã de sábado (23). Alegou não ter relação com o caso.

Nesta manhã, Márcio Fernandes foi novamente procurado pela reportagem para comentar a prisão de Berenga, com um computador da Prefeitura de Bonito, em um comitê atribuído a ele. A assessoria informou que o parlamentar estava em reunião e seria avisado sobre o contato.

O prefeito de Bonito, Leonel Lemos de Souza Brito, é correligionário de Márcio Fernandes. Até o momento, também, não atendeu às ligações da reportagem para comentar a prisão de Berenga.

Pelo que se tem apurado até o momento, o caso trata-se de crime de peculato, na modalidade desvio, como tipifica o artigo 312 do Código Penal. Ou seja, é o uso de bem público, por funcionário público, em benefício próprio ou de terceiro.