O soldado da PM (Polícia Militar) Luciano Gomes Chamorro, de 28 anos, teria matado a ex-mulher Mayara Cristina da Silva, de 22 anos, na manhã desta quarta-feira (6), por volta das 11h50. O crime aconteceu na casa dela que fica no Jardim Nova Jerusalém, região sul de Campo Grande.

O militar, que é lotado em Dois Irmãos do Buriti, estava de férias em Campo Grande, na casa da mãe. Ele teria pegado o Celta, branco, placas NRS-4954, de Campo Grande (MS), da mãe e informado que iria conversar com a ex, de quem estava separado desde março deste ano.

Eles brigavam pela guarda da filha de 3 anos. Apesar da separação, eles se viam constantemente e com isso as brigas também eram mais intensas, conforme informações de familiares de ambos, que estão no local.

Luciano, ao chegar à casa da ex-mulher, pediu para ver a filha. Ao entrar no imóvel, ele teria discutido com a ex-companheira e com os irmãos dela, de 17 e 18 anos, que estavam na lá. A briga teria ido parar no quarto dela.

Informações preliminares são de que ele teria dado três tiros, sendo dois nela, que estava de bruço na cama, e um no ouvido dele, que estava próximo do móvel. Os irmãos de Mayara ligaram para o 190 do Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) para informar a situação e cuidaram para que a criança não visse a cena dos pais.

Guarda da criança

A mãe do militar, Loenir Gomes de Arruda, de 57 anos, acredita que o filho já havia planejado o crime. “Faz 20 minutos que ele saiu de casa, acho que ele já veio certo para fazer isso, porque ele saiu do nada”, disse e completa, “se eu soubesse não teria deixado e nem emprestado o carro”.

Ela afirma que queria a guarda da filha. “Ele estava com raiva e com ciúme dela, parece que descobriu pelo Facebook que ela tinha outro neste intervalo de separação”, fala.

Ameaças e agressões

A prima de Mayara, Taciana da Silva, de 22 anos, diz que o militar era possessivo e não aceitava a separação. “Na semana passada ele inventou uma viagem entre eles para Presidente Prudente (SP), com a desculpa de que era para o bem da criança, para a filha deles achar que eles estavam bem. Ela voltou ontem de viagem”, relata.

A jovem revela que Mayara era agredida pelo militar. “Eles ficaram juntos por sete anos e ele sempre a agrediu, ela chegou a fazer ocorrências contra ele, mas sempre não representava”, denuncia.

Outro fato que seria o motivador de tantas brigas seria o valor da pensão. “Este foi o primeiro mês que caiu na conta a pensão alimentícia para a filha deles, e ele não aceitava o valor. Ficava pressionando ela para devolver a metade do dinheiro. Ela sempre foi firme falando que não devolveria”, revela a prima.

Há dois meses Mayara estava trabalhando como promotora de vendas. “Ela voltou a trabalhar para cuidar da filha, pois ele não deixava. Tudo por ciúmes”, finaliza.

Investigação

Peritos criminais vão analisar a cena do suposto homicídio e suicídio, com o delegado da Polícia Civil da região. Além de analisar o carro da mãe do militar, que está com o vidro traseiro quebrado. Um dos irmãos de Mayara disse que jogou uma pedra no veículo, após ver os corpos no quarto e perceber que a irmã estava morta.