O presidente do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul), Alexandre Barbosa da Silva, criticou a proposta que o governador André Puccinelli (PMDB) fez aos policiais e alertou que a medida é para enganar a população. “Ele [o governador] está iludindo as pessoas. Ele está acabando com a classe inicial, promovendo aí 70 policiais e deixando outros 2.130 com aumento de 7%. Isso é uma manobra para enganar as pessoas”, disse.
Segundo Barbosa, em vez de dar o aumento, Puccinelli está usando de subterfúgios para ludibriar a população. Ele explica que o aumento de 28% anunciado por Puccinelli atinge apenas a classe inicial. Os demais, sendo 1,4 mil na ativa e outros 730 aposentados, vão ter aumento de apenas 7% este ano. Os outros aumentos ficariam para 2014 e 2015, sendo 8% no próximo ano e 20% para soldados e 14% para cabos em 2015. O maior reajuste ficaria para o próximo governo cumprir.
Além das dúvidas ao cumprimento do reajuste, o presidente critica que promover os policiais da 4ª para a 3ª classe sem consulta prévia é acabar com a classe substituta, que foi uma luta muito grande dos policiais para que a classe fosse criada. “Todas as categorias policiais tinham a 4ª classe, menos a civil, aí ele vem acaba com ela, sem nos comunicar”, reverberou.
Sem acordo, Barbosa enfatiza que os policiais mantém a greve que terá início na sexta-feira. Ele conta que o sindicato já comunicou oficialmente o governo sobre a paralisação, como rege a legislação.
Apesar de afirmar que os policiais vão fazer greve, Barbosa não descarta as negociações e diz que a paralisação é para chamar o governo para negociar. Ele lamenta que a população se prejudique com os dias parados, mas diz que o policial com melhor salário, mais valorizado poderá trabalhar melhor para o bem de todos.
“O governo não dá condições de trabalho. Não temos viaturas. As delegacias estão caindo aos pedaços. E temos que ficar calados? Isso precisa mudar”, finaliza.
Salários
Conforme levantamento realizado pelo sindicato, os policiais civis do estado recebem o 25º salário do país, ficando à frente apenas dos estados do Acre e Paraíba.
