Advogado tenta humanizar lutador que matou vigia e critica trabalho da polícia

“Ele não é o monstro que foi ‘pintado’ pela mídia. Vou retratar aqui um Aírton como homem, como eu, como você, um filho, um pai de família”, disse o advogado.

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“Ele não é o monstro que foi ‘pintado’ pela mídia. Vou retratar aqui um Aírton como homem, como eu, como você, um filho, um pai de família”, disse o advogado.

O advogado de defesa de Aírton Colognesi, Tiago Bana Franco, 32 anos, tentou humanizar o crime cometido pelo seu cliente para poder defendê-lo e criticou a ação da polícia durante o processo investigativo. A estratégia foi usada durante o julgamento do réu que acontece nesta manhã (12) no 2⁰ Tribunal de Júri, no Fórum de Campo Grande.

Segundo o advogado, o lutador não é o monstro que foi ‘pintado’ pela mídia. “Vou retratar aqui um Aírton como homem, como eu, como você, um filho, um pai de família. Não um lutador de boxe, de jiu jitsu, como foi retratado pela mídia”, disse aos jurados.

Além disso, o advogado que foi convocado pela Justiça para assumir o caso há apenas duas semanas, pois a advogada inicial desistiu do processo, criticou o trabalho da polícia dizendo que este se trata do caso mais vergonhoso da Polícia em Mato Grosso do Sul. “Aceitei este caso porque se trata do mais vexatório da polícia do nosso Estado. A polícia errou o tempo todo, disse coisas que não aconteceram, colocou palavras na boca das testemunhas. Um vexame atrás de outro”, emendou.

Segundo ele, em nenhum momento, as testemunhas disseram ter visto Airton com uma barra de ferro batendo no vigia, como foi declarado pelo delegado Fábio Sampaio, em matéria televisiva veiculada na imprensa. Apresentando o vídeo aos jurados, logo após ter pedido a eles para não acreditarem no que foi mostrado na imprensa, disse: ‘de onde ele tirou que as testemunhas viram o Airton com uma barra de ferro, da cabeça oca dele’.

Ele lembrou ainda que até o momento do crime, que ele qualifica como lesão corporal seguida de morte o réu não tinha cometido nenhum outro delito.

Acusação

Em contrapartida, o promotor Cláudio Rogério Ferreira Gomes, que é de Caarapó, pediu a condenação máxima do júri. Ao começar a acusação, ele disse que há cinco semanas vem todas as sextas-feiras para Campo Grande participar do mutirão da Justiça é que esta é a primeira vez, dos cinco processos que pede a condenação do réu. “Peço que vocês o condenem porque somente assim estará sendo feita a justiça com essa família”, apontou para os familiares da vítima.

Ele pediu de 12 a 30 anos de reclusão por homicídio por motivo fútil, meio cruel, e recurso que dificulta a defesa da vítima

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