Embora a polícia tenha capturado três envolvidos no crime, ainda não se sabe quem mandou matar o presidente da Câmara de Alcinópolis

Ireneu Maciel, 37, um dos presos em flagrante após o assassinato do presidente da Câmara dos Vereadores de Alcinópolis teria recebido R$ 3 mil reais antes do crime e receberia outros R$ 17 mil depois, informou nesta manhã numa coletiva, o delegado que conduz a investigação, Rodrigo Vasconcelos, do 1° Distrito Policial.

O vereador Carlos Antônio Costa Carneiro, 34, foi morto a tiros ontem (26) por volta do meio-dia, no bairro Amambai, em Campo Grande. Policiais que passavam pelo local, na  Avenida Afonso Pena, prenderam os pedreiros Aparecido de Souza Fernandes, 34 e Ireneu Maciel, 37.

Ireneu Maciel e Valdemir Valsan, 43, (terceiro envolvido apontado como intermediador) não foram mostrados à imprensa porque a viatura policial que conduziam os detidos capotou nesta manhã e eles foram levados para o hospital. A polícia apresentou Aparecido de Souza piloto da moto usada no crime.

Até agora o delegado não divulgou quem mandou matar o parlamentar. Uma das correntes da investigação é que a morte do vereador pode ter ocorrido por motivação política.

O pedreiro Aparecido Fernades, segundo o delegado, não tem passagem pela polícia e pilotava a Yamaha, de placa HSN 2741, no dia do crime. Ele estacionou o veículo enquanto o colega, Ireneu Maciel caminhou até a vítima.

Aparecido, morador do bairro São Conrado, disse à polícia que não sabia que Ireneu iria executar o vereador. Ele disse ainda que o autor dos tiros contou que ia cobrar uma dívida no local. Os dois se conhecem há oito meses. Eles trabalhavam juntos numa obra no bairro Vilas Boas.

“Eu estava fazendo uma calçada no Santo Amaro quando ele [Ireneu] me ligou, dizendo: passa aqui em casa que eu tenho que receber uma dívida na Rio Brilhante com a Afonso Pena”.

Aparecido foi ao encontro de Ireneu em um bar no bairro Serra Azul, onde o último mora. Ireneu teria prometido colocar gasolina na moto do pedreiro após o recebimento do suposto pagamento.

“Eu não vi [o crime], ele chegou correndo dizendo vaza, vaza, montou na moto e saímos depois dos tiros, eu vi que era a polícia, joguei a moto no chão”, conta Aparecido.

Durante a fuga, Ireneu jogou na rua o revólver 38, marca Rossi com 3 capsulas deflagradas. utilizada no crime.

O autor possuía mais cinco balas em seu bolso. Ireneu tem passagem por falsificação de dinheiro. Os dois foram presos pelos investigadores Ângelo Eduardo Além e Adilson Rodrigues da Costa da Diretoria Geral de Polícia Civil (DGPC), que passavam pelo local, ouviram os disparos, perseguiram os dois e os prenderam.

Até agora, três testemunhas do crime foram ouvidas.

Terceiro participante

Valdemir Valsan, 43, foi preso no final da noite de ontem (26) em sua casa no bairro Jardim Centenário, após Ireneu, cunhado de Valdemir, apontá-lo como o intermediário do mandante e autor do crime.

Valdemir nega a participação. De acordo com a polícia, Ireneu não queria saber quem era o contratante.

Por duas vezes Ireneu foi até Alcinópolis para “sondar” o vereador, porém não executou o crime pelo motivo da cidade não apresentar uma boa rota de fuga, de acordo com a polícia.

A segunda vez, que Ireneu teria ido até a cidade, foi no último 2 de outubro, um dia antes das eleições. Ele teria ficado por duas semanas na cidade, hospedado num hotel. Ele contou à polícia que teve a vontade de desistir do crime, porém como já tinha recebido e “sabia demais”, não pode voltar atrás.