Fagner Gonçalves confessou ter atropelado e arrastado um cabo do Exército por 15 km, em junho de 2008

Após julgamento que durou o dia todo, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos, leu a sentença que condenou a 17 anos de prisão o domador de cavalos Fagner Gonçalves, 26, acusado em junho de 2008 pela morte do cabo do Exército e não soldado como noticiado antes, Leonardo Salves da Silva, 19, que fora atropelado e arrastado por um caminhão conduzido pelo réu por 15 km. Embora sentenciado, Gonçalves vai ficar livre até que seu recurso seja examinado num prazo que pode durar uma semana, um mês ou até um semestre.

A liberdade provisória do domador tem como justificativa o fato de ele ter sido solto sete meses atrás por meio de decisão liminar concedida pelo Tribunal de Justiça sul-mato-grossense. Ele só vai para a prisão se essa Corte confirmar a sentença definida hoje no julgamento que começou às 8h e terminou por volta das 16 horas.

O TJ-MS não fixa uma data para definir o recurso do réu, que deve ser protocolado num prazo de até cinco dias a partir desta quinta-feira, data do julgamento.

Se o recurso não for movido nesse período, o condenado é logo levado para a prisão. E se obedecido o prazo, o caso é distribuído entre os desembargadores, que terá duas maneiras de determinar a questão: ou confirma os 17 anos da pena aplicada, ou, se enxergar alguma falha na sentença, determina outro julgamento.

Para o promotor de Justiça, Douglas Cavalheiro, que sustentou a acusação, a pena será mantida e a data de início da condenação “é uma questão de tempo”.

O crime ocorreu na madrugada de 7 de junho de 2008. O domador tinha ido a um rodeio que acontecia no Parque Lageado, bairro de Campo Grande, e, ao sair de lá, atropelou o militar, que ficara enroscado num dos eixos do caminhão F-4000.

Mesmo alertado por pessoas que viram o acidente, segundo a denúncia, Gonçalves seguiu com o veículo por 15 km, 5,9 km dos quais já sabendo por meio uma ligação telefônica que o rapaz era arrastado. O domador se apresentou após o crime e ficou preso por um ano e três meses, até que conquistou a liberdade no TJ-MS.

No percurso dos 15 km, o caminhão foi seguido por vários carros, um deles conduzido pelo irmão de Fagner, que o telefonou e o avisou que o cabo do Exército era arrastado pelo carro. Ainda assim, segundo versão do domador de cavalos, ele não quis parar por acreditar que era seguido.

De acordo com o processo, a carteira de habilitação do réu à época do crime estava vencida e, além disso, o documento não o credenciava para conduzir um caminhão.

Matéria editada após sua publicação para correção de informação

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