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Com o fim das férias escolares neste início de ano, todo pai e toda mãe deveria se perguntar: “Quanto meus filhos brincaram? Quanto correram, pularam e deram risadas de alegria com atividades saudáveis e significativas, especialmente com minha companhia e participação?” E mais: “Quanto tempo eles passaram longe dos eletrônicos, como a TV e o celular, para se conectar verdadeiramente com o mundo ao redor?”
Se a resposta a essas perguntas foi “pouco” ou “nada”, é hora de ligar o sinal de alerta. Infelizmente, em muitos lares, as crianças estão tendo suas infâncias roubadas, privadas de vivências essenciais para o seu desenvolvimento físico, mental e emocional.
Brincar não é um simples passatempo. É uma necessidade vital para o crescimento saudável das crianças. É brincando que elas desenvolvem habilidades motoras, aprendem a socializar, experimentam a resolução de problemas e constroem sua autoconfiança. Além disso, a interação com outras crianças e com adultos da família enriquece suas experiências, oferecendo um equilíbrio entre afeto, aprendizado e diversão.
As brincadeiras também têm um impacto direto no desenvolvimento cognitivo. Ao brincar de faz de conta, por exemplo, a criança explora sua criatividade, desenvolve a linguagem e aprende a lidar com situações sociais. Essas atividades preparam o cérebro para tarefas mais complexas, como a resolução de problemas e a tomada de decisões. Estudos indicam que crianças que brincam regularmente têm maior facilidade em processar emoções e construir relações saudáveis ao longo da vida.
Porém, o que se vê em muitos lares é o oposto disso. Pais, por ignorância, comodismo ou porque trabalham e chegam em casa cansados, acabam entregando os filhos ao domínio dos eletrônicos. Tablets, celulares e televisores se tornaram as “babás modernas”, enquanto as brincadeiras ao ar livre, tão necessárias para o fortalecimento físico e emocional, são deixadas de lado.
Outro aspecto importante é o impacto das brincadeiras no combate ao sedentarismo infantil. A falta de atividades físicas e o excesso de telas estão diretamente ligados ao aumento dos índices de obesidade infantil, que é hoje um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Brincar ao ar livre, correr, pular corda ou até mesmo jogar bola no quintal são formas simples, mas extremamente eficazes, de promover a saúde física das crianças e de aumentar a boa relação com os pais, quando esses também participam dessas atividades.
Um exemplo inspirador de como priorizar a infância vem da advogada Raissa de Aguiar Geller Melo. Consciente da importância de proporcionar aos seus quatro filhos (Graziela, 12; Beatriz, 9; Teodoro, 6; e Mathias, 3) uma infância plena, ela tomou a corajosa decisão de trocar a advocacia pela Pedagogia. Com a nova profissão, que exige menor carga horária, ela conseguiu dedicar mais tempo à educação e ao desenvolvimento dos filhos e conta também com o apoio e participação do marido, Everton Souza de Melo.
Além de transformar a rotina familiar, Raissa também leva essa visão para a escola onde atua como pedagoga, em uma escola municipal. Ela orienta outros pais sobre a importância de permitir que as crianças vivam plenamente a infância, o que tem gerado uma verdadeira mudança de comportamento, tanto nas famílias quanto na vizinhança. Agora, é comum ver crianças brincando juntas em sua região, inventando jogos e explorando o mundo ao redor, como deveria ser.
Russell M. Nelson, presidente de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em mensagem aos pais, recentemente afirmou: “Crianças precisam de tempo, não de coisas. Elas crescem no amor, na paciência e no ambiente seguro que proporcionamos, e isso inclui momentos de brincadeira e diversão em família”. Élder Dallin H. Oaks, membro da mesma igreja, também disse que “O tempo gasto com nossos filhos, incluindo brincadeiras, ensina mais do que palavras podem transmitir. São nesses momentos que o amor se torna tangível”. E a Bíblia, embora não trate diretamente do conceito moderno de ‘brincar’, aborda princípios fundamentais relacionados à infância, ao cuidado com as crianças e à sua criação em um ambiente amoroso e propício ao seu crescimento.
As interações sociais que ocorrem durante as brincadeiras são insubstituíveis. Ao brincar com outras crianças, os pequenos aprendem a negociar, cooperar e respeitar regras, desenvolvendo habilidades que serão essenciais na vida adulta. Essas experiências ensinam o valor da empatia e ajudam a criar um senso de comunidade, algo que os eletrônicos jamais poderão substituir.
Outro ponto a ser destacado é o papel dos pais como modelos de comportamento. Quando os adultos participam das brincadeiras ou incentivam a interação com outras crianças, eles mostram que o tempo de qualidade é uma prioridade. Isso cria um vínculo mais forte entre pais e filhos, além de reforçar a importância do equilíbrio entre tecnologia e interação humana.
É preciso que pais, educadores e toda a sociedade compreendam que brincar é um direito fundamental da criança. Esse direito está garantido pela Declaração dos Direitos da Criança, que afirma que toda criança deve ter oportunidades para brincar e se desenvolver.
Mais do que isso, brincar é um investimento no futuro. Uma criança que brinca é uma criança que aprende a criar, a liderar, a compartilhar e a enfrentar desafios. São essas vivências que formam adultos mais seguros, criativos e emocionalmente equilibrados.
Portanto, tire um tempo para brincar com seus filhos. Não espere apenas pelas férias ou fins de semana. Transforme o dia a dia em momentos especiais, longe das telas e perto daquilo que realmente importa: o amor, a convivência e as memórias que permanecerão para sempre.
Não roube a infância dos seus filhos. Deixe que eles brinquem, sonhem e vivam plenamente essa fase tão curta e preciosa da vida.
*Jornalista e Professor
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