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Opinião

O poder das palavras e pensamentos

Wilson Aquino*
Admin -

Muito antes de a ciência comprovar, o Evangelho de Jesus Cristo já ensinava que palavras e pensamentos têm poder real — para edificar ou destruir, curar ou ferir, abençoar ou amaldiçoar. Somos, muitas vezes, os jardineiros invisíveis da vida que nos cerca, lançando sementes em forma de ideias e palavras, cujos frutos, cedo ou tarde, inevitavelmente florescem.

Pesquisas recentes deram forma visível a essa verdade. Em um experimento simbólico, dois grupos de pessoas interagiram, por semanas, com garrafas de água potável. Um grupo dirigia palavras de amor, gratidão e bênçãos à água; o outro, insultos, ofensas e negatividade. Ao serem analisadas ao microscópio, as moléculas da água “abençoada” apresentaram formações harmônicas e simétricas — verdadeiras obras de arte da natureza. Já aquelas expostas à hostilidade revelaram estruturas disformes e caóticas, quase monstruosas. Isso nos leva a refletir: se palavras podem alterar a estrutura da água, imagine o que não fazem com o coração e a mente humana.

Quantos de nós já presenciamos plantas murcharem inexplicavelmente após a visita de alguém? Ou sentimos a energia de um ambiente mudar diante de uma simples conversa? Quem nunca teve planos frustrados — uma viagem, um projeto pessoal — pouco depois de anunciá-los a alguém? O que muitos chamam de “olho gordo” ou inveja não é apenas crendice: são, muitas vezes, manifestações inconscientes de pensamentos negativos lançados contra nós. E o mais triste é que, frequentemente, esses pensamentos vêm disfarçados de sorrisos e palavras gentis, mas carregam consigo o desejo íntimo de que tudo dê errado.

Essa força, infelizmente, também pode habitar dentro dos lares, onde deveria reinar o amor. Pais e mães, ao corrigirem seus filhos com palavras impensadas, podem marcar para sempre a autoestima e o futuro dessas crianças. Frases como “Você não tem jeito”, “Você é burro”, “Nunca será alguém na vida” são como flechas envenenadas lançadas na alma dos filhos. Pior ainda quando proferidas em momentos de raiva, com rótulos cruéis como “vagabunda” ou “marginal”, que acabam moldando a identidade do jovem de forma devastadora.

O presidente Russell M. Nelson, de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, fez um apelo profundo a todos nós:“Encarem os conflitos que inflamam seu coração, seu lar e sua vida. Enterrem toda inclinação de ferir outras pessoas, seja por seu temperamento, uma língua afiada ou um ressentimento contra alguém que os tenha ferido. Nenhum de nós pode controlar as nações ou as ações de outras pessoas. Nem mesmo membros de nossa própria família. Mas podemos controlar nós mesmos.” Suas palavras ecoam como um chamado urgente à autorreflexão e à responsabilidade individual, especialmente em tempos de tanto barulho emocional e ruídos verbais.

As Escrituras Sagradas nos advertem claramente sobre esse poder. Em Provérbios 18:21, lemos: “A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.” Ou seja, o que dizemos tem consequências reais, e acabamos colhendo o que falamos — seja para nós ou para os outros.

No Livro de Mórmon, o profeta Alma aconselhou seu filho Helamã: “Pela pequena e simples palavra vêm grandes coisas a acontecer” (Alma 37:6). Pequenas frases podem construir ou derrubar, podem levantar uma alma abatida ou destruir uma vida promissora. Por isso, todo cuidado é pouco ao proferir até as mais simples palavras.

Jesus Cristo, o nosso maior exemplo, disse em Mateus 12:36–37: “Mas eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.” Essa advertência nos convida a vigiar não apenas o que falamos aos outros, mas também o que falamos a nós mesmos.

Vivemos tempos de crises múltiplas — econômica, política, social e moral. As redes sociais amplificam ainda mais o alcance e o impacto das palavras, seja para o bem ou para o mal. Por isso, mais do que nunca, é preciso vigiar e orar, como ensinam as Escrituras, para que nossas palavras sejam instrumentos de cura, e não de destruição.

Cabe a cada um de nós essa escolha diária: ser canal de luz ou de sombra; de paz ou de conflito. Que possamos usar nossos pensamentos e palavras como ferramentas de bênçãos, para inspirar, consolar e edificar aqueles ao nosso redor. Que sejamos portadores de palavras que gerem vida — em nossos lares, em nossas amizades, em nossos ambientes de trabalho e, principalmente, em nossos corações. Afinal, aquilo que falamos é, muitas vezes, o reflexo mais claro do que realmente somos.

*Jornalista e Professor

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