Político por vocação e dedicação tem compromissos além de sua vontade pessoal. Opção com base no interesse pessoal pode manchar uma carreira vitoriosa e respeitada.
O baixo nível a que chegou a política no Brasil proporciona cobranças ao prefeito do Rio, Eduardo Paes, de sua vontade expressa na última campanha de terminar o quarto mandato e não disputar a eleição de 2026, seja candidato a governador ou a vice-presidente, como já foi cogitado. Talvez na falta de base para críticas ao prefeito do Rio e de todos os cariocas, a cobrança vem sendo feita pelos adversários políticos, todos conscientes de que o favoritismo registrado em pesquisas é real, sólido e tende a aumentar com o início da campanha.
Quem conhece Paes sabe que ele é sincero quando diz que adora ser prefeito da Cidade Maravilhosa. Mas sua trajetória, desde vereador a deputado e prefeito, atende uma vocação para a vida pública. Como homem bem-informado, de bom senso e equilíbrio, sabe muito bem o que representa para o Estado do Rio de Janeiro sua eleição neste momento. Sua candidatura, segundo forças vivas da sociedade estranhas à política partidária, é um imperativo ético e moral.
Como todo governante, Paes tem seus pontos positivos e negativos, estes mais pela omissão ou impossibilidade de atender, como é o caso da população de rua que infelicita a cidade, mas que pede uma operação conjunta com o Estado e a União. Também não pode viabilizar ainda o projeto da orla portuária de grande repercussão no turismo da cidade. Mas a questão subjetiva que os setores mais responsáveis da sociedade conhecem, revela saldo positivo na candidatura, que num país dividido tem singularidade de não ser de esquerda nem de direita. Dentro, aliás, do espírito do carioca e fluminense, povo alegre, que curte o diálogo, o bom convívio, a paz e a solidariedade. Com responsabilidade.
Entre as qualidades requeridas para o homem público, estão previsibilidade e ter um plano B e até C, pois lida com a qualidade de vida de milhões de pessoas, a maioria das quais sofrida na mobilidade, na moradia, na segurança, na saúde e no salário. Possivelmente prevendo que poderia interromper o mandato para atender a convocação de interesse público, escolheu como vice-prefeito um jovem talentoso como o deputado Eduardo Cavaliere, uma grata revelação na política fluminense. Eduardo Paes não tem esta história de ciumadas do sucesso de auxiliares e companheiros de jornada. Muito pelo contrário, forma e oferece oportunidade a gente competente, como muitos de seus secretários.
Merece ser criticado se não for candidato.
O eleitor fluminense não é bobo. Para felicidade de todos nós que aqui vivemos.