Ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica morreu na tarde desta terça-feira (13), aos 89 anos. O político estava em cuidados paliativos.
Em abril, de 2024, Mujica anunciou que foi diagnosticado com câncer no esôfago. Em uma entrevista coletiva, o ex-político disse que descobriu o tumor em um exame de rotina. O ex-presidente afirmou que também sofria de Síndrome de Strauss, uma doença imunológica crônica.
Em janeiro, Mujica confirmou que o câncer espalhou e que não seguiria o tratamento. Ele explicou que a doença chegou ao fígado e que após o diagnóstico, pediu aos médicos que não o “fizessem sofrer em vão”.
Em maio, Lucia Topolanski, esposa do político, contou que ele já estava em cuidados paliativos para alívio da dor em casa. Mujica estava em fase terminal, afirmou Topolanski.
Em 2024, o ex-presidente do Uruguai passou por radioterapia e, após a remissão do câncer, precisou realizar uma cirurgia. Em setembro, Mujica foi hospitalizado quatro vezes em menos de duas semanas devido a distúrbios digestivos causados pela radioterapia. Ele precisou ser submetido a uma gastrotomia para garantir o “bom fluxo” de alimentos e para permitir que o esôfago danificado se reparasse naturalmente.
Pepe encarava a morte com naturalidade. “É preciso morrer. Pertencemos ao mundo dos vivos, nascemos destinados a morrer. Por isso a vida é uma aventura maravilhosa. Mais de uma vez na minha vida a morte rondou a cama, desta vez parece que vem com a foice em punho. Vamos ver o que acontece”, afirmou.
Ex-presidente mantinha discurso otimista e incentivava a juventude. “Vou continuar militando com meus companheiros, fiel à minha forma de pensar, com minhas verduras e com minhas galinhas. Quero dizer às meninas e aos meninos do nosso país que a vida é linda, mas se desgasta. A questão é recomeçar a cada vez que cair e, se houver raiva, transformá-la em esperança”, declarou após o anúncio da doença.
Na sua despedida, Mujica também acenou para seus opositores. “É fácil respeitar aqueles que pensam parecido com você, mas você precisa aprender que o fundamento da democracia é o respeito aos que pensam diferente”, disse. Por mais de uma vez ele se esquivou do “título” de articulista, falando que não interfere em ações do seu partido há mais de cinco anos.
“Me arrependo de tanta coisa. Eu fui presidente, e neste país tem gente que passa fome“, disse Pepe Mujica ao jornal uruguaio Búsqueda.
*Informações UOL