A maior organização indígena do Equador rejeitou, nesta terça-feira (14), a “operação militar disfarçada” ordenada pelo governo para reprimir seus protestos contra o aumento dos combustíveis que, segundo os povos originários, deixou 21 feridos no norte do país.
Na segunda-feira (13), um comboio de 100 veículos com pessoal militar e policial viajou de Quito até a província de Imbabura, principal foco das manifestações, que começaram em 22 de setembro. Indígenas e camponeses protestam contra a eliminação do subsídio ao diesel, que eleva o custo de vida em um país onde a pobreza é de 41% nas áreas rurais.
O governo de Daniel Noboa sustenta que se trata de um comboio “humanitário” para distribuir alimentos aos afetados pelos fechamentos das vias. A organização indígena Conaie chamou essa ação de “operação militar disfarçada”.
“As Forças Armadas lançaram gás lacrimogêneo por ar e terra, afetando residências e mulheres, jovens, idosos e crianças”, denunciou a Conaie.
Os confrontos de segunda-feira deixaram “ao menos 21 pessoas feridas, incluindo uma mulher com impacto na cabeça e 4 detidos”, acrescentou.
Em setembro, um indígena morreu devido a disparos militares, de acordo com a organização.
Este é o segundo comboio que o governo envia a Imbabura. Segundo Noboa, por trás dos protestos há grupos “terroristas” e ele sustenta que as manifestações não são pacíficas.
No terceiro dia de protestos, o presidente entrou em Imbabura e a caravana foi atacada com paus e pedras. Para o general reformado Luis Altamirano, essa ação foi um erro porque Noboa havia sido alertado sobre o risco.
“Há recomendações de caráter operacional que podem não agradar ao presidente”, mas “é responsabilidade da segurança presidencial alertar o mandatário de que por aqui ele não pode ir”, disse Altamirano à AFP.
A caravana presidencial também foi atacada em Cañar (Sul). O governo classificou o alto como “tentativa de assassinato” e alegou que houve disparos, sem apresentar provas.
Especialistas afirmam que os avanços do presidente em zonas de risco visam reforçar o caráter violento dos manifestantes e a impossibilidade de negociar.
Em setembro, as comunidades de Imbabura detiveram 17 militares durante três dias. Os protestos têm sido replicados com menos intensidade nas províncias.
A imprensa também denuncia excessos das forças públicas durante a cobertura. A ONG Fundamedios registrou 46 agressões contra comunicadores, a maior parte de policiais.
*Informações AFP e UOL
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