O historiador americano Tom McCollough afirma ter encontrado o local exato onde Jesus teria realizado seu primeiro milagre, ao transformar água em vinho durante um casamento. A nova tese, baseada em evidências arqueológicas recentes, contesta a versão tradicional mantida há séculos por estudiosos e instituições religiosas.
Segundo o relato bíblico do Evangelho de João, o milagre ocorreu na vila de Caná, na Galileia. Diante da falta de vinho em uma celebração, Jesus teria pedido que servos enchessem talhas com água. Ao prová-la, o mestre-sala percebeu que o conteúdo havia se transformado em vinho.
Durante muito tempo, a cidade moderna de Kafr Kanna foi apontada como o local da antiga Caná. No entanto, McCollough aponta uma vila próxima, chamada Khirbet Qana — localizada a cerca de 16 km dali —, como o verdadeiro cenário da narrativa.
De acordo com o pesquisador, escavações revelaram túneis, cavernas e inscrições cristãs em grego, como “Kyrie Iesou” (Senhor Jesus), além de símbolos religiosos e sinais de veneração que datam do século V. Esses indícios sugerem que o local foi considerado sagrado por comunidades cristãs durante séculos, especialmente até o período das Cruzadas, no século XII.
“Descobrimos um grande complexo de cavernas usado por peregrinos cristãos para veneração”, disse McCollough à Pen News. Ele também encontrou um altar com um jarro de pedra e espaço para mais cinco — coincidindo com as seis talhas mencionadas na Bíblia.
Além das descobertas arqueológicas, o historiador também se apoia em textos do século I, como os escritos de Flávio Josefo. Segundo McCollough, as descrições geográficas feitas por Josefo e pelo próprio Novo Testamento coincidem com a localização de Khirbet Qana.
A teoria desafia a tradição católica, que consagrou Kafr Kanna como destino de peregrinação no século XVIII. McCollough acredita que a escolha foi motivada mais pela praticidade do trajeto do que pela fidelidade histórica. “Os franciscanos priorizaram o caminho mais fácil, e não o mais preciso”, argumenta.
Para o pesquisador, as evidências reforçam a conexão entre Khirbet Qana e a vida de Jesus. “Nossas escavações mostram que a vila era um centro próspero, no coração das atividades de Jesus. Caná parecia ser um refúgio para ele e seus discípulos nos momentos de tensão com as autoridades da Judeia”, completou.
A revelação integra uma série de descobertas recentes ligadas a passagens bíblicas. Em março, arqueólogos anunciaram ter encontrado vestígios de um antigo Jardim sob a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém. Já no início do ano, escavações em Megido levantaram possíveis provas de uma batalha descrita na Bíblia.
Com os trabalhos ainda em andamento, McCollough acredita que o sítio arqueológico de Khirbet Qana tem potencial para mudar a forma como fiéis e pesquisadores enxergam os locais centrais da tradição cristã.
*Informações Estado de Minas.
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