Ao menos 115 corpos foram encontrados desde que chuvas torrenciais inundaram a região central do país na madrugada de quinta-feira, 29. Números foram confirmados pelo serviço de emergência do país. Situação agrava o problema humanitário no país, que sofre com conflito interno.
A expectativa é de que o número de vítimas continue a subir. Equipes de resgate seguem em busca de moradores desaparecidos após as chuvas torrenciais que inundaram dezenas de residências na cidade de Mokwa e arredores, localizadas às margens do Rio Níger, no estado de Níger.
Cenário de destruição
Em vídeos e fotos que circulam nas redes sociais, é possível ver a água encobrindo bairros inteiros, com telhados pouco visíveis acima das correntes marrons. Com água até a cintura, os moradores tentam salvar o que podem e resgatar outras pessoas.
Mohammed Tanko, de 29 anos, funcionário público, apontou para uma casa onde cresceu e disse aos repórteres da AFP. “Perdemos pelo menos 15 pessoas desta casa. A propriedade se foi. Perdemos tudo”.
O pescador Danjuma Shaba, de 35 anos, disse que dormiu ao relento em um estacionamento. “Não tenho casa para dormir, minha casa já desabou”, afirmou ele.
Início das temporadas de chuva
As temporadas de chuva na Nigéria geralmente duram seis meses, já começou este mês, o que não é comum.
As enchentes são agravadas pela infraestrutura precária, causam estragos todos os anos, matando centenas de pessoas e piorando a situação humanitária da Nigéria, que já enfrenta uma insurgência da organização terrorista islâmico Boko Haram.
Em 2024, enchente mataram mais de 1,2 mil pessoas e deixaram 1,2 milhão de pessoas desabrigadas em pelo menos 31 dos 36 estados da Nigéria. Em 2022, houve mais de 600 mortos.
Na Nigéria, as enchentes são agravadas por drenagem inadequada, construções em áreas de cursos d’água e o descarte de lixo em valas e canais.
*Informações AFP
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