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Em discurso no Congresso, Trump ameniza briga com Zelenski e cita Brasil como alvo de tarifas

Presidente dos EUA afirmou mais uma vez que deseja retomar o controle do Canal do Panamá e anexar a Groenlândia
Gustavo Henn -
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Trump acusa Zelenski de 'não querer a paz'
Trump e Zelenski (Foto: Reprodução, X)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ressaltou a sua defesa por um cessar-fogo na guerra da Ucrânia e afirmou mais uma vez que deseja retomar o controle do Canal do Panamá e anexar a Groenlândia em seu longo discurso durante uma sessão conjunta do Congresso americano na madrugada desta quarta-feira, 5. Trump também citou o como um dos países que “cobram muito” dos Estados Unidos e prometeu novas tarifas.

O mandatário americano disse que recebeu uma carta do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, na terça-feira, 4, apontando que Kiev está pronta para negociar o fim do conflito. O republicano também ressaltou que a quer acabar com a guerra. “Tivemos discussões sérias com a Rússia e recebemos fortes sinais de que eles estão prontos para a paz”, disse Trump. “Não seria lindo?”

O republicano afirmou novamente que os americanos estavam vivendo “a era de ouro dos Estados Unidos”. “Desde que iniciei meu governo, todas as ações têm sido rápidas e implacáveis para inaugurar a maior e mais bem-sucedida era da história do nosso país.”

Ucrânia

As desavenças entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, dominaram o noticiário nos últimos dias após um bate-boca entre os dois no Salão Oval na sexta-feira, 28. O clima ruim fez com que Trump anunciasse uma pausa na ajuda americana a Kiev, com os argumentos de que o presidente ucraniano não queria o fim da guerra.

Nesta terça-feira, 4, o presidente ucraniano mudou o tom e se disse disposto a negociar a paz. Em uma série de publicações na plataforma X, Zelenski afirmou que poderia concordar com um cessar-fogo parcial com a Rússia, que envolveria uma troca de prisioneiros e proibiria ataques de longo alcance à infraestrutura civil e energética.

Durante o discurso, Trump também citou e pediu uma salva de palmas para o americano Marc Fogel, que foi detido pelas forças russas em agosto de 2021 e libertado por Moscou após um acordo com Trump no dia 11 de fevereiro. “Se você quer acabar com as guerras, você tem que falar com ambos os lados”, disse Trump.

Apesar de rumores de que Trump anunciaria a assinatura do acordo de minerais entre Kiev e Washington, isso não aconteceu durante o discurso.

Canal do Panamá e Groenlândia

O presidente americano também mencionou mais uma vez a sua promessa de que os Estados Unidos irão “retomar” o Canal do Panamá. Trump disse novamente que estimula a independência da Groenlândia e que a região autônoma pode se juntar aos Estados Unidos se desejar.

“Acho que vamos conseguir. De um jeito ou de outro, vamos conseguir”, afirmou Trump sobre a Groenlândia.

Tarifas

O republicano seguiu defendendo as tarifas e citou o Brasil como um dos países que “cobram demais dos Estados Unidos”. Na terça-feira, 4, Trump anunciou tarifas de 25% em todos os produtos do Canadá e México, e de 10% em produtos chineses. Ele ressaltou que a medida serve como um incentivo para que empresas estabeleçam fábricas nos Estados Unidos.

O presidente americano também culpou o antecessor Joe Biden pela inflação e disse que quer aprovar uma legislação de corte de impostos. “Agora, pela primeira vez na história moderna, mais americanos acreditam que nosso país está indo na direção certa do que na direção errada”, disse Trump.

O republicano afirmou que “resgatar a economia americana e aliviar a situação da classe trabalhadora” estava entre suas maiores prioridades. Ele prometeu reduzir os preços dos ovos e de energia, sem oferecer detalhes de seus próprios planos.

Elogios e interrupção

O discurso do presidente americano também ficou marcado por vários elogios do presidente aos feitos de seu governo nas primeiras seis semanas do mandato. Trump afirmou que sua administração estava “apenas começando” e disse que a sua vitória eleitoral foi um “mandato” da população americana.

A fala de Trump foi interrompida por protestos da bancada democrata e o congressista Al Green, do partido da oposição, foi removido do Congresso.

Após a saída de Green, Trump listou as ações tomadas pelo seu governo em temas como e burocracia federal. O presidente americano também celebrou a saída dos EUA da Organização Mundial da Saúde (OMS) e o desmantelamento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).

“O povo me elegeu para fazer o trabalho, e eu estou fazendo isso”, disse Trump. O republicano classificou Biden como o “pior presidente da história dos Estados Unidos”.

Musk

Durante o discurso, Trump citou o bilionário Elon Musk. O republicano agradeceu Musk por seu trabalho no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) e apontou exemplos de como a ajuda internacional americana estava sendo usada antes de sua volta à Casa Branca.

O Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), liderado pelo homem mais rico do mundo, está desmantelando agências governamentais, reduzindo a força de trabalho federal e obtendo acesso a dados confidenciais do governo – tudo em uma tentativa, segundo o departamento, de “restaurar a democracia”.

Mas a maior parte do que o Serviço DOGE dos EUA está fazendo sob o comando de Musk está sob escrutínio legal, com os tribunais analisando se isso viola as leis de privacidade, os direitos dos funcionários federais e os controles e equilíbrios da Constituição.

O DOGE agiu tão rapidamente que está sendo alvo de críticas cuidadosas até mesmo de alguns republicanos, preocupados com o fato de que os serviços básicos do governo – e a manutenção de ameaças contra o país – poderiam ser prejudicados. As pessoas que fazem a manutenção das armas nucleares dos Estados Unidos foram demitidas e depois recontratadas às pressas.

Imigração

Trump também afirmou que desde que assumiu a Casa Branca, os números de imigrantes ilegais que entraram na americana diminuíram. Ele agradeceu a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, e o seu czar de fronteira, Tom Homan, pelo trabalho.

O presidente se referiu a família de Laken Riley, estudante de enfermagem que foi assassinada por um imigrante venezuelano na Geórgia em fevereiro de 2024, durante o discurso. Familiares de Riley estavam presentes na sessão conjunta do Congresso.

Trump também destacou Alexis Nungaray, mãe de Jocelyn Nungaray, de 12 anos, que foi morta por imigrantes ilegais enquanto caminhava por uma rua no Texas. O presidente americano pediu ao Congresso que lhe forneça financiamento para avançar sua agenda de deportação.

Criminalidade

O presidente americano buscou promover uma agenda dura contra o crime. Ele apontou que cidades governadas por políticos democratas são mais violentas, apesar das estatísticas mostrarem uma tendência de queda nos crimes.

Trump também ressaltou a necessidade de um policiamento mais agressivo. “À medida que recuperamos nossa soberania, também devemos trazer de volta a lei e a ordem às nossas cidades. Nos últimos anos, nosso sistema de Justiça foi virado de cabeça para baixo por lunáticos da esquerda radical”. (Com agências internacionais).

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