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Mundo

Dólar fecha em alta e vai a R$ 5,35 com exterior e tensão fiscal por MP alternativa ao IOF

Em 2025 a moeda norte-americana acumula perdas de mais de 13%
Agência Estado -
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O dólar acelerou o ritmo de alta ao longo da tarde desta terça-feira, 7, no mercado local e atingiu os R$ 5,35, em meio ao fortalecimento da moeda americana no exterior e a temores crescentes de menor potencial de arrecadação com as mudanças na Medida Provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Com máxima de R$ 5,3532, o dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,74%, a R$ 5,3501 – maior valor de fechamento em mais de dez dias. A divisa acumula ganhos de 0,51% nos cinco primeiros pregões de outubro, após desvalorização de 1,83% em agosto. No ano, as perdas são de 13,43%.

O real apresentou o pior desempenho entre as divisas latino-americanas e a segunda maior perda no universo das moedas emergentes mais relevantes, com recuo inferior apenas ao do florim húngaro. Parte do tropeço do real nesta terça pode ser fruto de uma correção dos ganhos da segunda-feira, quando a moeda brasileira foi um dos destaques entre emergentes, na esteira da conversa por telefone entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) e Donald Trump (EUA).

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o Índice DXY (Dollar Index) operava ao redor dos 98,630 pontos no fim da tarde, em alta de mais de 0,50%, após máxima aos 98,660 pontos.

A crise política na França, com a renúncia na segunda do primeiro-ministro Sébastien Lecornu, defensor de cortes em gastos públicos, voltou a pesar sobre o euro. O iene caiu cerca de 1% com as apostas de que a nova líder do governista Partido Liberal Democrata, Sanae Takaichi, pode adotar uma política fiscal mais flexível.

Aos temores de deterioração fiscal na França e no Japão soma-se a falta de sinais de entendimento no Congresso americano para resolver o impasse orçamentário e pôr fim à paralisação parcial (shutdown) do governo dos Estados Unidos (EUA), que já está em seu sétimo dia.

“Estamos vendo um movimento de aversão global ao risco que leva a um fortalecimento da moeda americana e recuo das taxas dos Treasuries. A paralisação do governo americano leva os investidores a buscarem ativos mais seguros”, afirma a economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli.

A economista ressalta que o real é mais castigado em razão da discussão em torno da MP alternativa ao aumento do IOF no Congresso, que caduca na quarta-feira. A perspectiva de que o texto em discussão traga uma receita menor que a estimada pelo Ministério da Fazenda aumenta o receio de que o governo não consiga cumprir as metas fiscais.

“Isso está gerando um desconforto no mercado, levando a um aumento da percepção de risco, o que contribui para a alta mais forte do dólar por aqui”, afirma Quartaroli.

O relatório da MP, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), retirou da proposta o aumento da tributação das bets. Também ficaram fora do texto, como já havia sido adiantado, a taxação de Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e do (LCA). Segundo Zarattini, com as alterações no relatório, a previsão de arrecadação da MP é de R$ 17 bilhões – R$ 3 bilhões a menos do que a previsão anterior.

Com o mercado já fechado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a arrecadação estimada em R$ 17 bilhões com a MP em 2026, minimizou manutenção da isenção das letras financeiras e disse que a previsão é de que texto seja aprovado ainda nesta terça pelo Congresso. “Houve concessões mútuas”, disse o ministro, sobre a negociação com os parlamentares.

Operadores também citaram certo desconforto com declaração de Haddad peça manhã dando conta de que o governo está realizando um mapeamento do sistema de transporte público, a pedido do presidente Lula. Circularam nos últimos dias informações, não confirmadas, de que o governo pretende pôr em pé a proposta de zerar a tarifa de ônibus urbanos.

Para a economista-chefe da Lifetime, Marcela Kawauti, a manutenção da taxa de câmbio ao redor de R$ 5,30 é insustentável, dada a fragilidade da situação fiscal. Ela observa que, além de questões estruturais, há chance de possível expansão de gastos em ano eleitoral.

“Nosso fiscal não é o fim do mundo, mas em algum momento precisará ser corrigido”, afirma a economista, que projeta um câmbio variando entre R$ 5,50 e R$ 5,60 à frente.

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