Pular para o conteúdo
Mundo

Dólar cai, fura marca de R$ 5,50 e fecha no menor nível em quase 1 mês

Apenas em 2025 a moeda norte-americana acumula 11,60% de desvalorização
Agência Estado -
(Agência Brasil, Reprodução)

O dólar apresentou queda firme nesta quarta-feira, 6, acompanhando a onda de desvalorização global da moeda americana. O dia foi marcado por apetite por bolsas e divisas emergentes, em meio a crescentes apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve a partir de setembro.

Com o ambiente externo favorável, o início da vigência das tarifas de 50% sobre parte das exportações brasileiras, cujos impactos parecem em boa parte já mapeados, ficou em segundo plano. À tarde, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não pretende retaliar os Estados Unidos.

Lá fora, a guerra comercial ganhou um novo capítulo com a imposição pelos EUA de tarifas adicionais de 25% sobre importações indianas, em razão de compras de petróleo russo pela Índia. Os preços da commodity trocaram de sinal ao longo do pregão, encerrando em baixa de mais de 1%.

Afora uma alta pontual e limitada na primeira hora de negócios, o dólar operou em baixa no restante do pregão. Com mínima a R$ 5,4591, terminou a sessão em queda de 0,78%, a R$ 5,4632 – abaixo do nível de R$ 5,50 pela primeira vez desde 8 de julho (R$ 5,4458).

Após encerrar julho com alta de 3,07%, a moeda americana apresenta perdas de 2,46% em relação ao real nos quatro primeiros pregões de agosto. No ano, a desvalorização acumulada é de 11,60%.

A economista-chefe da BuysideBrazil, Andrea Damico, afirma que o real é favorecido hoje pelo ambiente internacional mais propício a ativos de risco, com queda generalizada do dólar. “Temos um movimento de ‘risk-on’, com bolsas e moedas emergentes subindo”, afirma Damico.

Termômetro do desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o índice DXY operou em queda firme ao longo do dia e recuava cerca de 0,60% no fim da tarde, na casa dos 98,200 pontos, após mínima aos 98,128 pontos. O Dollar Index cai cerca de 1,60% em agosto.

Entre divisas emergentes pares do real, destaque para o rand sul-africano, com ganhos de mais de 1%. Já o peso chileno andou na contramão e perdeu mais de 0,80%. O peso mexicano, por sua vez, teve desempenho similar ao da moeda brasileira.

Economistas do Citi afirmam que o anúncio do do Chile de um programa de ampliação de reservas internacionais com duração de três anos “deve adicionar pressão” à divisa do país, que sofre os impactos da postura dovish do BC local e da proximidade das eleições presidenciais.

Após dados fracos da geração de empregos em julho, divulgados na última sexta-feira, cresceram as apostas de que o Fed, sob ataque cerrado do presidente dos EUA, , pode iniciar um processo de cortes de juros em setembro e reduzir a taxa em mais de 50 pontos-base ainda neste ano.

Dois diretores do BC americano, Michelle Bowman e Christopher Waller, votaram no encontro de política monetária da instituição na semana passada a favor de uma redução da taxa básica de juros, que foi mantida na faixa entre 4,25% e 4,50%.

Pela manhã, em entrevista à CNBC, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que pode ser apropriado começar a “ajustar a taxa de juros” no curto prazo, com dois cortes ainda neste ano, dados os sinais de perda de fôlego da atividade. À tarde, a diretora do Fed Lisa Cook disse que o payroll de julho foi “preocupante”.

Cotado para a presidência do Fed com o fim do mandato de Jerome Powell, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse que a “maior prioridade” de Donald Trump “é a independência” do Fed. “Mas os integrantes do comitê parecem estar votando de forma partidária, o que não deveria acontecer”, disse Hassett.

O diretor de pesquisa econômica do Banco Pine, Cristiano Oliveira, atribui o comportamento do câmbio hoje ao tombo do dólar no exterior, mas acredita que há espaço para continuidade da apreciação do real nos próximos meses.

“O mercado local permanece bastante atrativo para o investidor estrangeiro, seja por conta da confortável posição externa da economia brasileira, pela expectativa de maior crescimento do PIB e pela atratividade do carry trade, dado o alto patamar da taxa de juros”, disse.

À tarde, o Banco Central informou que o fluxo cambial na semana passada foi positivo em US$ 2,010 bilhões, graças à entrada líquida de US$ 3,616 bilhões pelo comércio exterior. Em julho, o fluxo total foi negativo em US$ 301 milhões, com saída líquida de US$ 9,247 bilhões pelo canal financeiro.

De janeiro a julho, o fluxo foi negativo em US$ 14,646 bilhões, o segundo resultado mais negativo da série histórica do Banco Central para os sete primeiros meses de cada ano, atrás apenas de 2020 (US$ 15,818 bilhões), no auge da pandemia da covid-19.

Oliveira, do Pine, lembra que julho foi o primeiro mês de 2025 com saída líquida de investidores estrangeiros da bolsa doméstica (R$ 6,372 bilhões). No ano, o saldo continua positivo em R$ 20,077 bilhões. “Acreditamos que o anúncio de tarifa de 50% sobre exportações brasileiras para os EUA foi o principal fator por trás da saída de dólares do país em julho”, afirma.

Siga o Jornal Midiamax nas redes sociais

Você também pode acompanhar as últimas notícias e atualizações do Jornal Midiamax direto das redes sociais. Siga nossos perfis nas redes que você mais usa. 👇

É fácil! 😉 Clique no nome de qualquer uma das plataformas abaixo para nos encontrar:
Instagram, Facebook, TikTok, YouTube, WhatsApp, Bluesky e Threads.

💬 Fique atualizado com o melhor do jornalismo local e participe das nossas coberturas!

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Moradora será indenizada em R$ 310 mil por ter casa destruída após falha em drenagem no Monte Castelo

Parada Nerd leva cultura pop à Feira Central em versão reduzida e gratuita

Hezbollah critica plano do governo libanês de desarmar o grupo este ano

atípicas

Após audiência, vereadores buscam inserção de mães atípicas no mercado de trabalho

Notícias mais lidas agora

Início do tarifaço impacta carne de MS, mas ‘livra’ outros dois principais produtos

Ex-servidora ré por direcionar licitação a Patrola alega ‘erro de julgamento’

denúncia mpf pedágio br-163 ccr

Motiva lucra R$ 480 milhões na BR-163 em MS após vencer leilão no 2º trimestre

VÍDEO: Em menos de 24h, rotatória da UFMS registra novo acidente e motorista foge sem prestar socorro

Últimas Notícias

Mundo

Dezenas são mortos em busca de ajuda em Gaza

Premiê de Israel estuda mais ações militares na região de Gaza

Cotidiano

Atenção no trânsito: Manutenção no cruzamento da Afonso Pena com a 14 de Julho causa desvios

Trabalhos no centro da cidade iniciaram por volta das 16 horas e estão previstos para durar cerca de duas horas

Brasil

Flávio visita Bolsonaro pela 1ª vez após prisão e diz que Moraes ‘não fez favor nenhum’

Ministro do STF permitiu visitas de filhos, cunhadas e netos à Bolsonaro

Transparência

Prefeitura de Caarapó prorroga contrato para material de asfalto por R$ 1,37 milhão

Contato segue até julho de 2026