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Mundo

Brasileiro é condenado a 10 anos de prisão na Argentina por tentar matar Cristina Kirchner

Tribunal também condenou a namorada do homem por considerá-la cúmplice
Agência Estado -
Fernando Sabag Montiel, preso na Argentina (Foto: Luis Robayo/AFP)

Um tribunal na Argentina condenou o brasileiro Fernando Sabag Montiel a 10 anos de prisão nesta quarta-feira, 8, após considerá-lo culpado pela tentativa de da ex-presidente Cristina Kirchner em 2022.

O tribunal de Buenos Aires também condenou a namorada de Montiel, Brenda Uliarte, a oito anos de prisão por considerá-la cúmplice, encerrando um caso dramático que abalou o país.

Em 1º de setembro de 2022, Montiel abriu caminho entre a multidão do lado de fora da casa da ex-presidente, apontou uma arma carregada para o rosto dela e puxou o gatilho. A arma não disparou. Cristina, então vice-presidente da Argentina, saiu ilesa.

O episódio provocou protestos de rua dos apoiadores ferrenhos de Cristina, bem como ceticismo e teorias da conspiração de seus críticos fervorosos.

No julgamento que terminou nesta quarta-feira, os promotores tentaram provar que Montiel, um cidadão argentino nascido no Brasil, e sua então namorada, Brenda Uliarte, planejaram a tentativa de assassinato com antecedência. Um terceiro acusado, Nicolás Carrizo, foi absolvido. Cabe recurso em todos os casos. Na sentença, o tribunal rechaçou o pedido da advogada de defesa para considerar Sabag Montiel inimputável.

A promotoria apresentou conversas no WhatsApp sobre a arma de fogo e provas de que o ex-casal visitou a casa de Cristina antes do ataque para observar suas rotinas e segurança.

Entre as personalidades políticas mais conhecidas da América Latina, Cristina Kirchner, 72 anos, teve dois mandatos como presidente (2007-2015) e é uma figura polarizadora.

Condenada por por supostamente direcionar contratos de obras públicas para a empresa de um amigo, Cristina foi condenada no início deste ano a seis anos atrás das grades. Citando sua idade avançada e temores de segurança desde o ataque de 2022, um tribunal permitiu que ela cumprisse sua pena em prisão domiciliar em Buenos Aires.

Embora proibida de concorrer a cargos públicos, ela continua a se manifestar abertamente contra seu adversário político, o presidente libertário Javier Milei. De seu apartamento, ela ainda publica críticas nas redes sociais, acena para os apoiadores reunidos abaixo de sua varanda e recebe visitantes de alto escalão, como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, em julho de 2025.

Na época do atentado, Cristina estava sendo julgada por corrupção e multidões se reuniam regularmente em frente à sua casa em solidariedade. Ela rejeita as acusações de corrupção como motivadas politicamente.

Os apoiadores de Cristina conseguiram capturar Sabag Montiel quando ele tentava fugir do local após disparar a arma defeituosa.

Ele confessou o crime no tribunal, descrevendo sua tentativa de assassinato como um meio de fazer justiça pela suposta corrupção de Cristina. Uliarte, presa dias após o incidente, negou qualquer envolvimento.

Quem é Fernando Sabag Montiel?

Sabag Montiel nasceu no Brasil, mas é filho de um chileno e uma argentina e vive no país vizinho desde 1993. Ele tinha registro para atuar como motorista de aplicativo, além de possuir antecedentes criminais e supostas ligações com grupos extremistas.

Após a tentativa de homicídio contra Cristina, cem munições de calibre 9 milímetros foram apreendidos em um endereço ligado ao brasileiro no bairro de San Martín.

Também logo após o atentado, as redes sociais de Montiel foram retiradas do ar, mas jornais argentinos conseguiram acessar perfis e comunidades seguidos e apontaram que ele acompanhava páginas que pareciam ser de grupos extremistas e de ódio – embora não estivesse claro como o brasileiro interagia com essas páginas.

A imprensa local também afirmou que Montiel teria várias tatuagens alusivas às mitologias viking e germânica, utilizadas por grupos neonazistas.

Na época, também foi revelado que Montiel havia aparecido em um programa de televisão argentino ao lado da namorada, quando criticou programas de assistência social promovidos pelo governo, chamando-os de incentivo a vagabundagem.

Durante o julgamento, Montiel admitiu sua responsabilidade no ataque frustrado, com diversos argumentos, e se definiu como “apolítico”. Ele também pareceu relativamente arrependido. “Foi um ato contra a minha vontade. No momento em que fiz isso, sinto que não queria fazer, mas tinha que fazer. Eu me sentiria mais arrependido se isso tivesse acontecido”, afirmou, referindo-se a uma hipotética morte de Cristina Kirchner./AP

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