Cientistas encontram girino mais antigo já descoberto, em Buenos Aires

Fóssil era do estágio larval de uma espécie de sapo grande que viveu ao lado dos dinossauros há cerca de 161 milhões de anos

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(Gabriel Lio / Reprodução / Redes Sociais)

Cientistas na Argentina encontraram restos fósseis muito bem preservados do girino mais antigo já descoberto, estágio larval de uma espécie de sapo grande que viveu ao lado dos dinossauros há cerca de 161 milhões de anos durante o Período Jurássico.

Segundo pesquisadores, o fóssil de 16 centímetros de comprimento traz informações sobre a evolução de sapos e rãs, mostrando que os girinos de hoje permaneceram largamente inalterados em comparação aos seus predecessores do Jurássico. Os fósseis de sapo mais antigos conhecidos datam de época ainda anterior, embora nenhum fóssil de girino mais antigo tenha sido encontrado.

O espécime, pertencente a uma espécie previamente conhecida chamada Notobatrachus degiustoi, está tão bem preservado, dizem os pesquisadores, que inclui os restos de alguns tecidos moles geralmente não encontrados em fósseis. Os olhos e nervos do girino, por exemplo, estão preservados como impressões escuras em sua posição anatômica no fóssil.

O fóssil foi encontrado em 2020 durante uma escavação em busca de restos de dinossauros em um rancho na província de Santa Cruz, cerca de 2.300 quilômetros ao sul de Buenos Aires, na vasta Patagônia do sul da Argentina.

Fóssil foi encontrado preservado

A cabeça e a maior parte do corpo do girino estão preservadas. Os sapos têm um ciclo de vida em duas etapas — a larva se metamorfoseia na forma adulta. Esse girino estava nos estágios finais da metamorfose. Os adultos desta espécie têm um comprimento similar ao do girino, explicaram os pesquisadores.

“Não se trata apenas do girino mais antigo do mundo e incrivelmente bem preservado, mas ele também nos conta sobre o tamanho de uma das poucas espécies de sapos conhecidas daquela época”, disse a bióloga Mariana Chuliver da Fundación Azara-Universidad Maimónides, principal autora do estudo publicado na quarta-feira (30) na revista Nature.

*Com CNN

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