Informação foi divulgada em coletiva de imprensa da Polícia Civil.

Após matar e esquartejar os tios e os primos na , François Patrick Gouveia tirou  “selfies” com os corpos e mandou para um amigo em João Pessoa, na Paraíba.O estudante de 18 anos Marvin Henriques Correia, foi preso nesta sexta-feira (28) por participação na chacina. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa da Polícia Civil.

O delegado geral da Polícia Civil da Paraíba, Marcos Paulo Vilela, afirmou que os suspeitos mantiveram contato em tempo real através do aplicativo Whatsapp. Após cometer o crime, Patrick Gouveia mandou fotos dos corpos esquartejados e selfies para comprovar que havia executado a família do tio, Marcos Nogueira.”

Os dois mantinham a conversa pelo Whatsapp sobre a execucação do crime e o Patrick mandou as fotos dos corpos e até ‘selfies’ com os corpos das vítimas para o Marvin”, relatou o delegado.

Patrick se entregou voluntariamente à polícia espanhola no dia 19 de outubro e confessou o crime dois dias depois. Ele segue detido.

Extremamente frios

Na conversa mantida entre os dois presos, ambos se mostravam extremamente frios apesar da crueldade do caso, segundo o delegado.

No depoimento dado à Polícia Civil, Marvin Henriques Correia chegou a comentar que não procurou a polícia por medo de Patrick Gouveia. “Ele chegou a dizer que tinha medo de Patrick e que por isso não procurou a polícia para denunciar o crime. Mas durante a conversa dos dois, a gente percebe que há uma intimidade e uma frieza que não indicam isso”, explicou Marcos Paulo Vilela.

Ainda de acordo com a Polícia Civil, havia o receio de que Marvin Henriques Correia viajasse para a Espanha para fugir de qualquer tipo de implicação criminal no Brasil. A prisão do estudante foi feita a partir de uma pedido do Ministério Público da Paraíba.

Os mandados de prisão e de busca e apreensão contra Marvin Henriques foram expedidos na quinta-feira (27) e cumpridos no início da manhã desta sexta pela Polícia Civil. O estudante de 18 anos foi preso quando estava saindo para ir à escola.

‘Dicas’ via Whatsapp

Marvin Henriques, preso no bairro Jardim Oceania, em João Pessoa, deu dicas a Patrick sobre como proceder na morte e esquartejamento da familia brasileira. De acordo com o delegado de homicídios Reinaldo Nóbrega, o suspeito chegou a manter uma conversa em tempo real com Patrick Gouveia durante a execução dos crimes.

“Durante a execução do crime, Patrick conversava pelo whatsapp em tempo real com o suspeito preso na Paraíba. Patrick perguntava como agir, como ele podia ocultar os corpos, o que fazer”, comentou o delegado.

Ainda de acordo a Polícia Civil, o estudante amigo de Patrick confirmou a participação no homicídio. No entanto, não tinha noção da dimensão do que aquela conversa com Patriclk poderia causar. 

“Marvin se mostrou arrependido e triste com a situação e chegou a colaborar conosco, esclarecendo alguns pontos”, explicou o delegado Marcos Paulo.

 Diogo Almeida/G1)

Ainda de acordo com a polícia, a participação de Marvin Henriques foi confirmada após um amigo dele ter acesso ao seu celular e encontrar fotos dos corpos da família Nogueira esquartejada. O celular foi encaminhado para a Polícia Federal, que após exames técnicos, confirmou que se tratavam de imagens verídicas e feitas pelo principal suspeito de matar e esquartejar Janaína, Marcos e das duas crianças em uma casa em Pioz, na região metropolitana de Madri. Com o suspeito a polícia apreendeu um CPU, que foi apresentado como uma das evidências do caso.

“Ele [Marvin Henriques] só acreditou que Patrick tinha de fato matado a família quando viu as fotos. Mesmo sabendo do crime cometido por Patrick, o estudante continuou ajudando Patrick como proceder no caso. Ele é partícipe no crime”, acrescentou o delegado de homicídios de João Pessoa. Ainda de acordo com a polícia, Marvin chegou a se encontrar pessoalmente com Patrick duas vezes em João Pessoa. Todo o material apreendido com ele foi encaminhado para a polícia espanhola. 

O caso

Suspeito tirou 'selfies' com corpos ao matar família na EspanhaOs corpos de Janaína, Marcos e das duas crianças foram achados esquartejados em uma casa na cidade espanhola de Pioz em setembro, depois que um vizinho alertou sobre o mal cheiro perto da casa da família.

Após o início das investigações, a Justiça emitiu uma ordem de prisão europeia e internacional contra Patrick, mas até então o suspeito ainda não havia recebido nenhuma notificação sobre o mandado de prisão no Brasil.

Ele resolveu se entregar após o advogado dele, Eduardo de Araújo, voltar para o Brasil e explicar à família os detalhes do processo. O advogado informou que Patrick acredita poder se defender melhor das acusações na Espanha. 

O advogado disse que ficou surpreso ao saber da confissão, uma vez que enquanto estava no Brasil, Patrick negava ter cometido o crime. “Foi algo que surpreendeu, na verdade, porque o Patrick volta para a Espanha alegando que precisaria estar lá porque teria melhores condições de apresentar suas versões do fato e se defender de suas acusações. Aqui, ele insistiu em sua inocência”, disse.