Capital britânica é pioneira na ação

O sistema de transporte público de tomou uma medida inédita em relação a anúncios que trazem pessoas com aparência física considerada “perfeita”, como modelos absurdamente magras ou “saradas” e homens musculosos com abdômen definido. De acordo com reportagem da rede BBC, o prefeito recém eleito Sadiq Khan decidiu remover as propagandas que usarem “imagens não saudáveis” do corpo humano.

A matéria cita que Khan havia prometido, durante sua campanha, combater a publicidade que faça cidadãos se sentirem pressionados a buscar determinado padrão de beleza, pouco representativo entre a maioria das pessoas. Para ele, esse tipo de imagem tem “grandes chances de criar problemas de autoestima, especialmente entre os mais jovens”.

“Como pais de duas adolescentes, fico extremamente preocupado com esse tipo de propaganda, que pode aviltar as pessoas, especialmente mulheres, fazendo com que sintam vergonha de seus corpos. Está na hora de dar um fim a isso”, disse o prefeito, que põe em prática uma questão já em debate: a polêmica em torno do assunto veio depois de um anúncio de produtos para perda de peso, veiculado no metrô em 2015.

Na ocasião, a empresa ProteinWorld usou uma modelo bronzeada, de biquíni amarelo, com corpo malhado e cintura excessivamente fina. Na legenda, a frase: “seu corpo está pronto para a praia?”. A BBC cita que mais de 400 pessoas ligaram reclamando do anúncio para a Autoridade de Padrões Publicitários do Reino Unido. Uma petição para que o cartaz fosse removido teve mais de 70 mil assinaturas em poucos dias. Nas ruas, houve diversas manifestações, incluindo pessoas seminuas com mensagens de que “todos os tipos de corpos devem ser aceitos”.

Londres é a primeira capital no mundo a vetar esse tipo de anúncio de forma tão ampla, já que mesmo não sendo a primeira cidade a criar leis para controlar anúncios, a medida é inédita em relação a este tema específico. Em Trondheim, terceira maior cidade da Noruega, uma medida do tipo também foi testada e, em São Paulo, a Lei Cidade Limpa proíbe propaganda em espaços públicos desde 2006, porém abre algumas exceções.