Votação deve ocorrer só no ano que vem

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela) definiu nesta terça-feira, 9, o cronograma da segunda fase do processo do referendo revogatório do mandato do presidente . Com o prazo determinado pela Justiça eleitoral – nomeada pelo chavismo e raramente contrária à agenda do governo – a votação deve ocorrer só no ano que vem, o que invalida a possibilidade de novas eleições.

Se a oposição vencer todas as etapas do processo e Maduro perder o referendo, será substituído pelo vice Aristóbulo Istúriz, também chavista. 

As assinaturas de 20% do eleitorado, equivalentes a 4 milhões de pessoas, serão recolhidas no final de outubro e validadas até o fim de novembro. Se aprovadas, o CNE convocará o referendo num prazo de 90 dias. Segundo a Constituição venezuelana, no entanto, a única possibilidade de ocorrer novas eleições é se o referendo for feito antes do fim do ano. 

Desde abril, quando decidiu optar pelo revogatório, a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) acusa o governo de retardar propositalmente o processo. A primeira etapa de recolhimento de assinaturas, que precisava de apenas 200 mil nomes, levou quase 3 meses. 

O chavismo tem dito reiteradas vezes que as assinaturas colhidas pela MUD – mais de 1,8 milhão na primeira etapa – foram “fraudadas”.