Cartunista é morto na Jordânia por ironizar Alá
Nahed Hattar foi assassinado
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Nahed Hattar foi assassinado
O controverso escritor e cartunista jordaniano Nahed Hattar foi assassinado hoje (25) em Amã em frente a um tribunal do país. Hattar, que foi alvejado com três tiros, estava indo para uma audiência por causa de uma charge publicada por ele com ironias sobre Alá. A informação é da Agência Ansa
De acordo com a mídia da Jordânia, o assassino é Riad Abdullah, um imã de cerca de 50 anos, que prega em um bairro pobre da capital do país. O atirador foi imediatamente preso por policiais que faziam a segurança do tribunal.
Hattar, que se declarava ateu, já havia ficado preso por divulgar a sátira em sua página no Facebook. Segundo a agência de notícias local Petra, ele foi detido sob a acusação de “racismo e sectarismo”, mas foi solto após pagar fiança.
O procurador de Amã, Abdullah Abul-Ghanam, havia indiciado o chargista ainda por “insulto à religião” e proibiu Hattar de publicar “material com imagens ou desenhos com a intenção de atingir os sentimentos religiosos e a fé”.
O escritor sempre se defendeu dizendo que não queria ofender os muçulmanos, apenas criticar o grupo terrorista Estado Islâmico (EI, ex-Isis) “pela forma como eles veem Deus e o Paraíso.”
Charge
Intitulada de “O Deus do Daesh”, forma como o EI também é conhecido, o desenho mostra um jihadista em uma cama, acompanhado de duas mulheres, em um diálogo com Deus.
“Bom dia, Abu Saleh. Você precisa de alguma coisa?”, pergunta o personagem ao extremista. “Sim, Senhor. Me traga uma taça de vinho e peça para Jibril [chamado de Anjo Gabriel pelos cristãos] para me trazer amendoins. Depois, me mande um servidor eterno para limpar o chão e a mesa com ela. E não esqueça de por uma porta aqui, assim da próxima vez você bate nela antes de entrar, sua Beatitude”, diz a representação do extremista.
De acordo com uma explicação dada pelo especialista Anwar al-Iraqi, a vinheta distorce a palavrar “Subnallah”, que significa “Glória a Alá”, para “Subhanekh”, que é “Sua Beatitude”, em uma formulação que pode soar como blasfêmia para os muçulmanos.
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