A e os ministros das Finanças da zona do euro chegaram a um acordo na sexta-feira

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, declarou vitória neste sábado após aprovação no último minuto de um acordo de resgate financeiro sob condições com a Europa, apesar das grandes concessões que terão que ser feitas para evitar o colapso financeiro nos próximos dias.

Com a sua liderança de esquerda ridicularizada pelos conservadores alemães, Tsipras insistiu desafiadoramente que o acordo de sexta-feira cancela compromissos de austeridade realizados com credores internacionais pelo governo conservador anterior.

“Ontem demos um passo decisivo, deixando a austeridade, os resgates e a troika para trás”, disse Tsipras.

“Vencemos uma batalha, não a guerra. As dificuldades, as reais dificuldades… estão à frente.”

A Grécia e os ministros das Finanças da zona do euro chegaram a um acordo na sexta-feira por uma extensão de quatro meses do programa de resgate grego, disseram autoridades.

O governo de esquerda da Grécia insistiu neste sábado que evitou ser “estrangulado” pela zona do euro, que concordou em princípio em estender o acordo de socorro financeiro com o país, enquanto poupadores nervosos retiravam grandes somas dos bancos gregos.

Atenas disse que o acordo fechado no fim da sexta-feira em Bruxelas deve acalmar os gregos que temem que controles de capital pudessem ser impostos como um prelúdio para a saída do país do euro.

Contudo, alguns eleitores questionaram o que os novos líderes conseguiram em semanas de negociações com a linha-dura da zona do euro, liderada pela Alemanha.

O Parlamento alemão deve aprovar uma extensão do financiamento da zona do euro à Grécia, se Atenas apresentar uma lista de reformas prometidas, disse um aliado sênior da chanceler alemã, Angela Merkel, a um jornal.

O acordo pode evitar o colapso financeiro e a saída do euro, desde que o país apresente promessas de reformas econômicas na segunda-feira.

“Ganhamos tempo”, disse Gabriel Sakellaridis, porta-voz do governo.

“A economia grega e o governo grego não foram estrangulados, como era talvez o plano político original de centros no exterior e dentro do país”, disse ele à Mega TV, sem dar nomes aos linha-dura da zona do euro que forçaram o governo a um recuo em Bruxelas.

O primeiro-ministro recebeu amplo apoio no país pelo que os gregos viram como a primeira vez em que seus líderes jogaram duro, em vez de ir a Bruxelas com o chapéu na mão receber ordens de Berlim.

No entanto, o governo também estava sob intensa pressão doméstica.

Cerca de 1 bilhão de euros deixaram contas bancárias gregas na sexta-feira, disse um importante banqueiro à Reuters, devido ao temor de que as negociações fracassassem e de que Atenas pudesse ter que impedir as retiradas bancárias ou preparar a retomada da moeda nacional.

O valor se soma a estimados 20 bilhões de euros (23 bilhões de dólares) que os gregos retiraram dos bancos desde dezembro, quando se tornou claro que a o partido radical Syriza, de Tsipras, ganharia as eleições parlamentares do mês passado.

Diante do risco de uma corrida caótica aos bancos na terça-feira, depois de um fim de semana prolongado, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, enfatizou que o acordo deve acalmar os poupadores.

“Está bem claro que a razão pela qual tivemos uma retirada de depósitos foi o fato de que todos os dias, mesmo antes de sermos eleitos, os gregos têm ouvido que se ganhássemos e permanecêssemos no poder por mais do que alguns dias os caixas eletrônicos deixariam de funcionar”, afirmou ele à imprensa em Bruxelas. “A decisão coloca um fim a esse medo, a esse alarmismo.”

Buscando acalmar os gregos preocupados com o feriado de segunda-feira, uma fonte do Banco Central Europeu afirmou depois do acordo que controles de capital estavam fora de cogitação.

A vitória no mês passado do Syriza, que prometeu reverter as políticas de austeridade ditadas pelo programa de socorro da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional, criou grande expectativa na população.

No entanto, sob o acordo de sexta-feira, Atenas concordou com uma extensão do resgate que o novo governo prometia cancelar e aceitou o monitoramento pela odiada “troika”, grupo de autoridades da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, embora agora sob um novo nome.