Coreano se casa com moradora de MS que conheceu em app de namoro e passa a oferecer terapia no Tinder

Já assistiu a um Dorama? Os romances coreanos fazem sucesso entre público de diversas idades, mas a história a seguir, apesar de parecer com um deles, é totalmente real. O sul-coreano JeongJu Lee, 32 anos, conheceu a brasileira Sthefane Perroni, 32 anos, em um aplicativo de namoro há cinco anos. Hoje, casados e morando em Campo Grande, o psicoterapeuta usa o mesmo recurso que uniu os dois para divulgar seu trabalho como terapeuta de relacionamentos.

O ano era 2018, Jeong estudava na Universidade de Utah, nos Estados Unidos. Abalado com a notícia de que foi recusado para prestar o serviço militar no país, decidiu criar um perfil no aplicativo de relacionamento Meef para se conectar com outras pessoas. O que ele não imaginava era que encontraria o amor de sua vida na rede social, uma brasileira, que morava em Naviraí, interior de Mato Grosso do Sul.

A advogada, Sthefane Perroni era recém-formada e também procurava novas amizades no aplicativo. Logo começaram a se falar e descobriram que tinham muito em comum.

Casal se encontrou pela primeira vez após cinco anos de namoro virtual

Desde que se conheceram no aplicativo, o casal se falava todos os dias. Assim foi por quatro anos. Mas, em 2021, acabaram se afastando por conflitos pessoais. Na época, Jeong estava na Coreia do Sul, fazendo o serviço militar. Entretanto, a história de amor resistiu ao afastamento, e um ano depois, retomaram o relacionamento.

“Em 2019 precisei retornar para a Coreia do Sul para fazer o serviço militar. Fiz três anos de serviço militar. Conversamos por quatro anos todos os dias, mas dezembro de 2021 fomos afastados por causa de alguns conflitos particulares. Retornamos um ano depois, e pedi ela em casamento”, contou.

Após o pedido de casamento, JeongJu Lee veio para o Brasil, em abril de 2023, quando se encontraram pela primeira vez. A união do casal foi selada em agosto do mesmo ano. Atualmente completaram 1 ano e 5 meses de casados. O casamento, contudo, não é bem aceito pela família do coreano.

“Nosso relacionamento é quase um dorama realmente, minha família é muito tradicional”, contou Jeong. Esse é um dos motivos pelo qual o casal busca se estabelecer profissionalmente em Campo Grande. “Minha esposa não quer ir para a Coreia porque minha família ainda não aceita nosso casamento”, explica.

Experiências de trabalho no Brasil

Nos EUA, JeongJu Lee se formou em Psicologia e Ciências da Computação. Contudo, o coreano não teve muita oportunidade de atuar nas áreas logo quando se formou, pois coincidiu com a sua volta para a Coreia. Assim, quando chegou ao Brasil, sua dificuldade foi outra: o domínio da língua portuguesa.

“Infelizmente não pude atuar muito ao chegar no Brasil porque tive muita dificuldade para me encaixar por causa do português. Mas graças à minha esposa que fala demais, eu consegui atravessar essa barreira”, comentou.

Em 2024, ele decidiu abrir uma empresa de recrutamento profissional, com a ajuda da esposa. A empresa atua realizando análise de currículos e aplicando testes psicométricos para habilitação profissional no mercado de trabalho. Entretanto, com pouca indicação no mercado, é desafiador conseguir clientes novos.

“Como meu CNPJ é novo, gera insegurança. Estamos com muita dificuldade de fechar contratos, então minha esposa que me aconselhou a tentar como terapeuta, afinal é a área que gosto de atuar”, disse.

Psicoterapeuta divulga trabalho no Tinder

Foi em meios às dificuldades profissionais, que surgiu a ideia de divulgar os serviços em um perfil do Tinder, já que uma das linhas de seu trabalho é terapia de relacionamentos. A descrição do perfil chama a atenção dos usuários do aplicativo, que normalmente não esperam encontrar uma divulgação de serviço de terapia.

“Já consegui atendimentos. Muitos se interessaram, outros apenas curiosos, mas estou gostando muito da experiência”, conta.

Com uma vasta experiência no assunto, o terapeuta ainda compartilha um ensinamento para quem busca um relacionamento em redes sociais: ter paciência e cultivar a relação aos poucos.

“Quando as pessoas estão buscando relacionamentos por aplicativos, muitos estão passando por momentos difíceis e acham que um relacionamento podem os salvar. Mas são ansiosos e querem que tudo aconteça rápido. Minha experiência e espera de 5 anos me amadureceu e também reforçou ainda mais nossa conexão antes de nos encontrarmos. Além de que existem muitos cuidados antes de se encontrar com alguém que se conhece pela internet”, explicou.

O trabalho do psicoterapeuta pode ser conferido através do site do projeto Quero Viver, que desenvolve com sua esposa. Para acessá-lo, basta clicar aqui.

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