A Justiça do Rio expediu, nesta terça-feira (22), um mandado de prisão preventiva contra o rapper Mauro Davi Nepomuceno, mais conhecido como Oruam, filho do Marcinho VP, um dos chefes históricos do Comando Vermelho, que está no presídio federal de Campo Grande.
O cantor se envolveu em uma confusão com policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que cercaram a casa onde ele vive, no Joá, Zona Oeste da cidade.
Os agentes estavam no local após descobrirem que um adolescente, acusado de atuar como segurança de um chefe do Comando Vermelho, estava na residência. Após o episódio, o rapper foi indiciado pela Polícia Civil por desacato, resistência qualificada, lesão corporal, ameaça, dano, associação para o tráfico e tráfico de drogas.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, a prisão do cantor foi decretada pela prática dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal.
“Os crimes teriam ocorrido no momento em que uma equipe policial tentava cumprir, na casa do cantor, no bairro do Joá, uma diligência de busca e apreensão de um adolescente, em razão da prática de atos infracionais análogos ao tráfico de drogas e a crimes patrimoniais, expedida pela Vara da Infância e Juventude da Capital”, diz a nota do TJRJ.
O mandado de prisão foi expedido pelo Plantão Judiciário nesta terça-feira.
“Analisando os autos, verifico que, no presente momento, mais adequado se faz a decretação da prisão preventiva (e não da prisão temporária), conforme sugerido pelo Ministério Público, conforme passo a expor. A prisão preventiva encontra respaldo nos artigos 311 a 313 do Código de Processo Penal e se faz pertinente para a garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado. E os requisitos se fazem presentes, de acordo com os elementos probatórios”, diz um trecho da decisão.
‘Marginal da pior espécie’
Na manhã desta terça-feira, o secretário de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, comentou o episódio ocorrido na casa de Oruam e afirmou ao “Bom Dia Rio”, da TV Globo, que o rapper é um “marginal da pior espécie e ligado ao Comando Vermelho”. Oruam será indiciado por associação para o tráfico, por ligação direta dele com a facção, disse Curi.
“Se alguém, tinha dúvida se era uma marginal ou um artista periférico, está claro: é um marginal”, disse o delegado.
Quem é Oruam?
Oruam é filho de Marcinho VP, um dos chefes históricos do Comando Vermelho, preso desde 1996 e condenado por tráfico e homicídios. A relação com o pai, que já motivou declarações públicas e manifestações nos palcos, é parte central da imagem que o artista construiu.
Em 2023, subiu ao palco do Lollapalooza usando uma camiseta com os dizeres “Liberdade para Marcinho VP”. A atitude provocou críticas, às quais ele respondeu dizendo se tratar de um “desabafo de um menor que cresceu sem o pai por perto”. Oruam tem tatuado no corpo também o nome de Elias Maluco, padrinho do rapper e assassino do jornalista Tim Lopes.
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