Entenda por que o cérebro de Maguila será estudado

Maguila é o terceiro esportista brasileiro a doar seu cérebro para o mesmo fim

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Maguila tinha condição rara que será estudada por meio de seu cérebro – (Foto: Reprodução, Instagram)

Morto aos 66 anos na última quinta (26) em decorrência de problemas pulmonares, o ex-lutador de boxe Maguila teve seu cérebro doado para estudos científicos. A doação foi declarada pelo próprio atleta ainda em vida: ele topou entregar o órgão para ser avaliado por pesquisadores, a fim de entenderem melhor uma rara doença neurológica que o ex-campeão de boxe sofria.

Isso porque, por conta de sua profissão, Maguila desenvolveu Encefalopatia Traumática Crônica (ETC), uma condição degenerativa associada a traumas repetitivos na cabeça. Essa encefalopatia adquirida, no entanto, é tão rara que a ciência ainda não conseguiu realizar estudos suficientes para entender seu comportamento.

Desse modo, Maguila é o terceiro esportista brasileiro a doar seu cérebro para o mesmo fim. Capitão da Seleção Brasileira na conquista do primeiro mundial, o jogador Bellini, e o também boxeador Éder Jofre foram outros atletas que contribuíram com os estudos.

Para o neurologista que cuidava da saúde de Maguila, o cérebro doado poderá contribuir para avanços nas pesquisas. De acordo com o doutor Renato Anghinah, “a doação vai possibilitar estudos que possam encontrar mecanismos para atenuar a doença ou, eventualmente, até encontrar caminhos para curá-la”.

“Ter uma amostragem para comparar o diagnóstico feito em vida e, após a morte, permite explorar outros aspectos e avaliar se o diagnóstico clínico em vida é consistente com o diagnóstico póstumo. Em doenças como a ETC e o Alzheimer, temos uma concordância superior a 80% entre o diagnóstico clínico e o diagnóstico após o falecimento”, afirma o médico Renato Anghinah em entrevista à CNN.

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