A apresentadora abriu o jogo e revelou detalhes de uma série de abusos sexuais sofridos por ela entre os 4 e os 13 anos. De acordo com ela, na época não conseguiu falar o que acontecia.

O relato foi feito na coluna da Rainha dos Baixinhos na revista Vogue. O primeiro abuso aconteceu por volta dos quatro anos de idade enquanto ela dormia. Sua mãe costumava colocar um edredom no chão em sua casa, no Sul do Brasil, para que ela e os cinco filhos pudessem descansar após o almoço.

“Me lembro de um cheiro de álcool de alguém, uma barba que machucou o meu rosto e algo que foi colocado na minha boca. Acordei dizendo que alguém tinha feito xixi na minha boca e meus irmãos disseram que eu tinha sonhado”, começou.

O segundo momento que Xuxa lembra de ter sofrido abusos foi aos cinco ou seis anos. Num carro de passeio, ela sentiu ser tocada. “Os mais velhos eram pré-adolescentes, primos de segundo grau e amigos muito próximos da família. Sentia tocarem em mim, colocavam o dedo, doía, não sabia distinguir o que sentia, por isso não chorava.”

O outro momento em que Xuxa foi violada foi já com nove anos e foi pela mesma pessoa do caso anterior, um homem que vinha ao Rio de Janeiro, onde já morava. “Quando a família dormia, colocava seus dedos por debaixo dos lençóis e me tocava. Nesse tempo, esse parente distante já era um adolescente e sempre que podia me tocava”, conta.

Até mesmo na escola ela sofreu com os abusos. Um professor dela se masturbava enquanto ela, sozinha na sala com ele, escrevia algo na lousa. À essa altura, Xuxa tinha 11 anos. “Ele disse que queria me deixar só de calcinha e colocar nas minhas coxas. Foi então que eu vi pela primeira vez alguém se masturbar”, relata Xuxa. O tal professor chegou a dizer ainda que se ela dissesse o que acontecia para alguém, seria a palavra dele contra a dela, e que “professor sempre ganha”.

No depoimento à coluna da Vogue, Xuxa relembra um namorado da avó que também mexia com ela quando ninguém estava vendo. “O barulho que minha avó fazia enquanto cozinhava ou costurava o deixava livre para vir até a porta se tocar me olhando. Uma vez vendo TV, ele acariciou meu cabelo, o cheirou e logo depois desceu a mão para os meus (quase) seios e os apertou. Doeu e eu o fiz parar, e ele disse que era só um carinho e que só o ‘vovô’ podia fazer porque me amava como neta.”

A apresentadora ainda relata os abusos sofridos por um amigo do pai dela, a quem chamava de padrinho, que dormia de vez em quando na casa deles e a tocava. O homem, em outra oportunidade, chegou a encurralar a jovem de 13 anos na parede e tentou beijá-la.

“Queria alertar as pessoas. Nós geralmente não queremos falar, porque é feio, porque não é certo, porque aprendemos que sempre tem que ter um culpado numa situação como essa. E é claro que nos sentimos culpados. E eu me sentia culpada apenas por existir”, finaliza o texto.