TOP3: Em processo de verticalização, Campo Grande vive ‘boom’ de arranha-céus

Conceito, modernidade e altura mostram os rumos do processo de verticalização de Campo Grande. Confira os prédios mais altos da cidade.

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Se você andou por várias áreas de Campo Grande, especialmente as centrais, já percebeu a movimentação de projetos voltados à construção de prédios na Capital. Cada vez mais, os “arranha-céus” estão vindo com mais modernidade, inovação e altura. Frente a esse dinamismo que está ganhando mais força, o MidiaMais apurou quais são os três prédios mais altos da cidade para entender como a verticalização está sendo conduzida na cidade.

O ranking dos prédios mais altos de Campo Grande são os edifícios Vertigo Premium Studios, Bahamas Suíte Hotel e Condomínio Grand Tower. Respectivamente, as três construções compõem, hoje em dia, o pódio em termos de altura. Vale destacar que a altura está contabilizando, também, o subsolo dos edifícios. Ou seja, a medição total de cada um.

1º lugar – Vertigo Premium Studios: conforme as informações da construtora, o edifício contém altura total de 142,09 metros. São 3 subsolos, o piso térreo, o mezanino, 34 unidades e três pavimentos de áreas técnicas. Conforme a construtora, eles contabilizam o total de 35 metros contando do mezanino até a última unidade de apartamentos.

A construção da obra começou em abril de 2017 e foi finalizada 46 meses depois, em janeiro de 2021, trazendo modernidade e inovação nos conceitos de arquitetura e da tipologia das plantas, com apartamentos em studios.

Vertigo Premium Studios é o prédio mais alto da cidade
Vertigo Premium Studios é o prédio mais alto da cidade (Divulgação/HVM Incorporadora)

2º lugar – Bahamas Suíte Hotel: de acordo com as informações pelo Bahamas, o prédio tem o total de 120 metros de altura e 28 andares. Por muitos anos considerado o maior prédio da Capital, local já foi palco de inúmeros eventos e conferências, sendo uma das construções mais emblemáticas por seu estilo moderno e diferenciado. Localizado em região nobre, conta com 70 suítes duplex.

Bahamas Suíte Hotel é o 2º prédio mais alto da cidade
Bahamas Suíte Hotel é o 2º prédio mais alto da cidade (Foto: Reprodução/Instagram)

3º lugar – Condomínio Grand Tower: O MidiaMais também conversou com Volberto Antonio Migliavacca, arquiteto e idealizador do condomínio. Ele disse que a altura total do prédio, com subsolos, é de 118,52 metros. O térreo, mezanino e mais 31 unidades totalizam 33 andares.

O espaço também conta com mais três subsolos. “A intenção era mostrar uma arquitetura contemporânea, moderna e que se diferenciasse das demais obras da cidade”, disse Volberto.

Condomínio Grand Tower é o 3º prédio mais alto da cidade
Condomínio Grand Tower é o 3º prédio mais alto da cidade (Foto: Divulgação/Consbase)

Processo de verticalização de Campo Grande

Com obras que estão trazendo ainda mais modernidade à Capital, é difícil imaginar onde tudo isso começou. Mas a gente te conta. Foi a partir de 1939 que o Plano Diretor, elaborado pela empresa de Francisco Saturnino de Brito, já começava a discutir a densidade urbana e verticalização da cidade, uma vez que estudos apontavam a necessidade de planejar a densidade da ocupação futura. Mas na época, a Capital não tinha prédios com mais de quatros pavimentos. O edifício mais significativo, nesses parâmetros, era o José Abrão (Hotel Americano), na Rua 14 de Julho. Hoje, local é considerado patrimônio histórico da cidade e está longe dos padrões estéticos atuais.

De acordo com o Arquiteto Gil Carlos de Camillo, representante do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de MS (CAU-MS) e também do Conselho Municipal de Desenvolvimento e Urbanização (CMDU), dois momentos foram fundamentais para o crescimento de Campo Grande.

O primeiro, quando o asfalto se tornou um dos principais meios de acesso além da ferrovia, ligando com mais facilidade o Sudeste e Centro-Oeste do país, e também após a divisão do Estado, quando Campo Grande recebeu verbas para conseguir se estruturar. A Capital foi se desenvolvendo, mas foi no final da década de 60 que a verticalização da cidade começou a se movimentar.

Áreas para verticalização na cidade (Reprodução/Observatório da Arquitetura e Urbanismo UFMS)

“Ela só foi possível com a oferta de energia e essa energia chegou para cidade quando fizeram a Usina de Mimoso, que era na saída de Três Lagoas. A Usina de Mimoso que ofertou a energia para que Campo Grande se verticalizasse”, disse o arquiteto. Além do mais, a Capital começou a ter um crescimento ordenado a partir da década de 80.

O arquiteto Ângelo Marcos Arruda também fez um estudo sobre a verticalização da cidade para o Observatório de Arquitetura e Urbanismo da UFMS. Ele mostrou ao MidiaMais que o urbanista Jaime Lerner, em 1977, percebeu que Campo Grande possuía várias áreas com potencial de verticalização.

Outro fator importantíssimo aconteceu em 1987, quando o Instituto de Planejamento Urbano (Planurb) elaborou a revisão da Lei de Ordenamento de Uso e de Ocupação do Solo Urbano de Campo Grande. Após projeção da população e perímetro urbano para o ano de 2000, a Planurb percebeu a necessidade adensar a população. Assim, nasceu a Lei 2.567/88 a ZR4, zona de adensamento da cidade, local preparado para a verticalização de médio porte.

Mais prédios em Campo Grande

Muita coisa mudou desde então. É cada vez mais frequente se deparar com novos prédios na cidade com referências de fora, trazendo estilos mais ousados, modernos e conceitos diferenciados.

“Hoje a arquitetura está ficando um diferencial dos empreendimentos imobiliários porque os custos são os mesmos para todos os empreendedores. A arquitetura e o conceito dessa arquitetura é que passa a ser o diferencial. Por isso que os empreendedores estão investindo nas estéticas e em bons projetos”, contou Gil de Camillo.

Questionado sobre o que a última atualização do Plano Diretor de Campo Grande, publicada em 2018, prevê para o processo de verticalização, o representante da CMDU explica que a tendência é aumentar cada vez mais para delimitar o perímetro urbano da cidade.

“Campo Grande está precisando se adensar porque é uma cidade espalhada, ela acaba ficando onerosa para o município, por isso que as taxas acabam sofrendo impacto”, disse o arquiteto da CMDU. Esse crescimento espalhado afeta em várias vertentes, como no aumento do IPTU, serviços públicos e transporte coletivo, por exemplo. Gil de Camillo ainda reforça que Campo Grande vive um momento de “crescer para dentro”.

Conteúdos relacionados

Castelinho de Ponta Porã está inativo há muitos anos
Casa é o ícone do artesanato estadual e referência regional
Inspiração de decoração com muitas cores e estampas para esta temporada