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Vítimas da desinformação, gambás são mais importantes do que você imagina

Espécie está em período de reprodução e pode ser vista com mais frequência
Karina Campos -
Gambá
Gambá recolhido após 'invadir' lixo em estabelecimento comercial. (Divulgação, PMA)

Com a chegada da primavera, os gambás estão em plena época reprodutiva. Logo, a espécie pode ser vista com mais frequência, principalmente as fêmeas, em áreas urbanas, em busca de alimento. Consequentemente, o aumento nos avistamentos pode provocar atropelamentos ou desencadear ações humanas, como envenenamento ou agressões aos bichinhos.

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Vítimas da desinformação de muitos moradores sul-mato-grossenses, os gambás são mais importantes do que você imagina. O Jornal Midiamax preparou uma lista das principais funções desses pequenos marsupiais e explica por que eles não representam uma ameaça aos seres humanos.

Segundo o Grad (Grupo de Resposta a Animais em Desastres), o gambá é o único marsupial nativo da América do Sul. A espécie pertence à família Didelphidae, e sua biologia é singular e pouco conhecida pela maioria das pessoas.

Filhotes ‘prematuros’

A entidade ainda explica que a gestação dos gambás é um ciclo delicado e dura cerca de 12 a 14 dias. Os filhotes nascem imaturos e permanecem por semanas na bolsa marsupial, assim como seu “primo distante”, o canguru. Nesse período, o filhote fica protegido enquanto cresce.

Uma fêmea consegue dar à luz até 20 filhotes, que se agarram aos mamilos da genitora para se alimentar. Durante esse período, a mãe tende a caminhar com maior lentidão e se torna mais vulnerável.

Entretanto, poucos completam o desenvolvimento. Os prematuros medem apenas alguns centímetros e quase não têm pelos. Ainda filhotes, eles precisam permanecer presos às mães.

gambá
Ainda filhotes, eles precisam permanecer presos às mães. (Leonardo Merçon, Instituto Últimos Refúgios)

Mortalidade

Consequentemente, a dependência materna nos primeiros meses torna os gambás vulneráveis. A mãe funciona como um “ninho ambulante”. Além de ficar mais lenta pelo peso dos pequenos, os filhotes também podem se soltar durante a exploração do ambiente.

Outro fator que aumenta a mortalidade da fauna é a destruição dos refúgios, o que compromete diretamente a sobrevivência dos animais — como nos casos de incêndios em áreas florestais e do avanço urbano.

Conforme o Grad, estudos indicam que mais de 475 milhões de vertebrados silvestres são atropelados no Brasil por ano. Logo, os gambás estão entre os mais afetados, especialmente em áreas de expansão urbana.

Entre as principais ameaças causadas por ações humanas, estão o envenenamento por raticidas, as queimadas, o e a morte intencional, muitas vezes motivada pelo medo ou pela desinformação.

Por que os gambás são importantes?

Na guerra invisível do ecossistema, os gambás são verdadeiros guerreiros contra animais venenosos para os humanos e no controle de pragas — como serpentes e escorpiões.

Ao longo da evolução, esses animais desenvolveram uma impressionante resistência ao veneno de algumas espécies peçonhentas. Além disso, também atuam no controle de pragas urbanas, como carrapatos e baratas.

Diante dessa resistência ao veneno, pesquisas vêm buscando entender e reproduzir as proteínas que conferem esse mecanismo natural. O objetivo é desenvolver tratamentos eficazes para doenças que afetam os seres humanos.

Além disso, o gambá é um excelente jardineiro da natureza: ele ajuda na dispersão de sementes e na manutenção do solo, contribuindo diretamente para o equilíbrio do ecossistema.

Proteção

  • Não mate gambás ao avistá-los: se a espécie cruzar seu caminho, não interaja e deixe que o bicho siga sozinho na natureza.
  • Apareceu dentro do imóvel? Nesse caso, acione a PMA (Polícia Militar Ambiental) ou o . A equipe especializada irá capturá-lo de forma segura.
  • Não use venenos ou raticidas no lixo.
  • Respeite o espaço dos animais.
  • Dirija com atenção em áreas próximas de vegetação.

“Portanto, proteger os gambás, especialmente nesse período crítico, significa preservar uma espécie-chave para a biodiversidade e para a saúde ambiental”, finaliza o Grad.

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(Revisão: Dáfini Lisboa)

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