VÍDEO: Sucuri grávida aparece morta em rodovia e inúmeros filhotes ficam espalhados pela pista

Se 2024 foi marcado pela morte de Vovózona, a maior sucuri-verde (Eunectes murinus) já catalogada no mundo, a primeira semana de 2025 será lembrada por vitimar dezenas de exemplares da mesma espécie, de uma só vez.

Isso porque uma gigante sucuri grávida foi encontrada morta nesta segunda-feira (6) em uma rodovia brasileira. A serpente teria sido vítima de atropelamento e, com o impacto do acidente, os filhotes que ainda estavam em fase de formação acabaram expelidos de seu ventre e também não resistiram, morrendo no local.

Circula nas redes sociais o vídeo em que o animal de aproximadamente 5 metros de comprimento aparece morto, com parte de seu corpo rasgado. Os inúmeros bebês, também sem vida, ficaram espalhados pela pista.

A gravação foi enviada para o pescador conhecido como Eder Fisherman, que divulgou o conteúdo como alerta em suas redes sociais. Veja:

Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, as imagens foram registradas na manhã desta segunda-feira (6), na rodovia MT 338, no Estado de Mato Grosso. A suspeita é de que o possível atropelamento que vitimou a sucuri com seus filhotes tenha acontecido durante a noite, quando há baixa visibilidade na estrada.

A princípio, não há informações e nem vestígios sobre o condutor que teria atropelado o animal. Seu estado, bem como as condições do veículo, que pode ter sido danificado com a colisão, são desconhecidos até então.

Como ocorre a gestação das sucuris-verdes?

O registro impressionou internautas, que ficaram boquiabertos com a quantidade de “sucurizinhas” que a cobra carregava na barriga. Além disso, muitos não sabiam que esta espécie de serpente não põe ovos, mas gesta e pari seus herdeiros por ser um réptil vivíparo – isto é, quando o embrião se desenvolve numa placenta dentro do corpo da mãe.

Ao Jornal Midiamax, o biólogo Daniel De Granville detalha sobre a gestação das sucuris-verdes e comenta a relação dessas cobras com suas crias. “Pelo o que se sabe dos estudos, não há cuidado parental. Os filhotes nascem prontos e rapidamente já se dispersam, precisam começar a se virar logo após o nascimento”, esclarece o especialista nesse tipo de serpente.

“Não existe aquele cuidado que a gente costuma ver em pássaros ou mamíferos, por exemplo, onde os pais (ou apenas a mãe, dependendo da espécie) fornecem alimento aos filhotes até que eles consigam sobreviver por conta própria. Este pode ser um dos motivos pelos quais as sucuris têm uma quantidade muito maior de filhotes do que um tucano ou uma onça, por exemplo, já que somente uma porcentagem pequena conseguirá atingir a vida adulta”, destaca o biólogo.

De acordo com De Granville, o período de gestação das sucuris-verdes varia entre 6 a 8 meses. Nesse tempo, as grávidas não se alimentam, pois precisam deixar espaço em seus corpos para o desenvolvimento dos descendentes – afinal, não botam ovos.

Segundo o biólogo, em média, uma sucuri-verde costuma parir de 20 a 40 filhotes por vez, mas há registros recorrentes no Brasil de exemplares que geraram mais de 100 bebês na barriga. Os filhotes nascem bem grandinhos, medindo entre 70 e 80 centímetros de comprimento. Eles vêm ao mundo autossificientes, sem a necessidade de desenvolver instintos de sobrevivência com a mãe e, normalmente, acabam se afastando dela para sempre.

Vale lembrar que, antes da gestação, logo após o acasalamento, a fêmea prenha ainda pode se alimentar do macho, “pai” das crianças. “Como uma última fonte de energia antes do longo jejum provocado pela gravidez”, pontua o especialista em sucuris-verdes, ressaltando a prática de canibalismo da espécie.

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