O atropelamento de uma ciclista na Avenida Gury Marques, em Campo Grande, ocorrido na manhã da última quinta-feira (8), ultrapassou fronteiras e provocou discussões até no Uruguai e em outros países da América Latina. O incidente ganhou repercussão internacional após o vídeo, registrado pela própria vítima durante um passeio de bicicleta, viralizar nas redes sociais.
As imagens mostram o momento em que a ciclista é atingida por um veículo Blazer, enquanto circulava pela via, o que gerou uma onda de debates sobre o compartilhamento do espaço público entre ciclistas e motoristas.
O vídeo foi publicado na plataforma X (antigo Twitter), onde acumulou mais de 7 milhões de visualizações e 2,4 mil comentários. No post, o perfil de um usuário do Uruguai ironiza o ocorrido: “Idiota na bicicleta, o motorista do caminhão teve paciência com ela, até que chegou alguém que não teve”.
Entre as reações, internautas se dividiram, enquanto alguns ironizaram a ciclista e a acusaram de ocupar espaço indevido na via, outros prestaram solidariedade e destacaram o direito de circular com segurança.
“Nos Estados Unidos, há placas nas rodovias que informam que ciclistas podem usar toda a faixa. Qual é o problema?”, escreveu um usuário.
Em contraponto, outro comentou: “Não sei como é no Brasil, mas na Colômbia o ciclista deve ficar no máximo a 1 metro da calçada. Se eles entrarem mais na faixa e algo assim acontecer, ambos os motoristas recebem multas (ciclista e caminhão). Estradas NÃO são para ciclistas”, disse.
Idiota en bicicleta…el del camión le tuvo paciencia, hasta que vino alguien que no… pic.twitter.com/CQ8SKK3SNj
— Caalf01 (@caalf01) May 9, 2025
Distância entre ciclistas e veículos
O CTB determina que a distância correta para a ultrapassagem de um ciclista por um veículo é de um metro e meio. Condutores devem manter essa margem para garantir segurança.
Já os ciclistas não podem trafegar pelas calçadas, salvo quando houver sinalização permitindo, conforme o Código de Trânsito Brasileiro.
Segurança e convivência
Ciclistas e motoristas não são inimigos. Para Deyvid Jesus, administrador do grupo Nosso Pedal CG, casos como esse não podem generalizar negativamente a imagem dos ciclistas.
“Os grupos seguem as regras de trânsito, sempre respeitando a via e, quando necessário, utilizando a ciclovia. Casos como esse podem afetar a imagem dos ciclistas de maneira equivocada, fazendo parecer que todos agem de forma imprudente, o que não corresponde à realidade da maioria. Vale lembrar que não sei exatamente o que aconteceu entre ela e o caminhoneiro, mas, independentemente da situação, nada justifica atitudes que coloquem vidas em risco.”
Deyvid reforça a importância do uso de EPIs, como capacete e sinalizações, além da manutenção da bicicleta. Por serem mais vulneráveis no trânsito, a segurança é uma das regras primordiais em grupos de pedal.
“A bicicleta deve trafegar sempre pela lateral da rua, evitando andar no meio da via ou em fila dupla. O ideal é manter-se em fila indiana para não atrapalhar o trânsito. Embora o trânsito deva respeitar os ciclistas, é importante lembrar que a bicicleta, como meio de transporte, também precisa seguir as normas corretamente, estar devidamente sinalizada e manter a organização adequada na via. Por isso, nossa orientação é nunca pedalar no meio da rua.”
Evite o celular no trânsito
“O uso de celular enquanto se pilota ou dirige é errado e extremamente perigoso. Nesse caso, a pessoa estava colocando em risco não apenas a própria vida, mas também a de outras pessoas. Uma moto poderia colidir com ela, causando uma queda e possíveis ferimentos. Não considero essa atitude correta, embora eu não conheça todos os detalhes da situação. No entanto, é certo que andar no meio da rua usando o celular não é seguro e pode resultar em acidentes graves”, finaliza.
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