Na última semana, um boato percorreu toda Campo Grande e deixou os moradores assustados: uma onça-pintada foi vista pelas ruas da cidade. Apesar de, na verdade, tratar-se de uma ‘brincadeira’ e a foto ter sido gerada por uma IA (Inteligência Artificial), há 15 anos uma onça-pintada ficou solta por dois meses na Capital.
Para os moradores mais antigos, essa história não deve ser novidade; mas, para aqueles que eram crianças na época ou não moravam aqui, saibam que foi realizada uma verdadeira força-tarefa para resgatar o felino.
Onça ficou solta na reserva do Parque dos Poderes
Era manhã do dia 29 de outubro de 2010, quando um filhote de onça-pintada, de apenas oito meses, fugiu do Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres).
O felino teria se assustado com a investida de uma anta contra as grades da jaula onde estava e, após a tentativa de ataque, a onça escapou por baixo das grades. Na ocasião, cerca de 30 agentes ambientais fizeram buscas na região.
No entanto, o que ninguém esperava era que ela iria ficar cerca de dois meses desaparecida. Foi realizada uma verdadeira força-tarefa para resgatar o felino.

A PMA (Polícia Militar Ambiental) coordenou uma operação com 25 agentes e técnicos da ONG Pró-Carnívoros, que vieram de Corumbá especialmente para cooperar nas buscas. Veterinários do Cras, mateiros e guias com cães farejadores também participaram.
O filhote foi resgatado no dia 28 de dezembro, cerca de dois meses após seu desaparecimento.
Onça-pintada fugiu pela 2ª vez
Cerca de 48 horas depois, o mesmo animal conseguiu fugir da jaula no Cras. Desta vez, ela abriu um buraco na tela do recinto construído especialmente para felinos, inclusive, que foi inaugurado por ela.
A sua segunda recaptura ocorreu no dia 12 de fevereiro de 2011, quando ela caiu em uma das armadilhas espalhadas pela reserva ao redor do Cras. Dessa vez, o animal foi encaminhado para uma jaula que havia sido usada por um leão, a qual teve toda a sua estrutura metálica reforçada, para evitar mais uma fuga.
Animal ainda representa ameaça
Apesar de ficar um longo período solta pelas redondezas do Parque dos Poderes, não houve registros de ataques de onça-pintada. Mas mesmo assim, até um boato de possíveis aparições do animal preocupa e deixa as pessoas em alerta.
Vanderleia de Paula do Espírito Santo, de 44 anos, fiscal de caixa, mora na região da Vila Nasser há 8 meses. Essa é a primeira vez que ouve falar sobre onça na região, mas não descarta a hipótese, considerando o caso ocorrido anos atrás.

“Eu não duvido e, a partir de agora, vou tomar mais cuidado, porque volto do serviço a pé, minha filha também vem da escola de tardezinha a pé e é perigoso, se realmente tiver uma onça rondando a região”, diz.
A contadora Sheila Caroline Barbosa Rodrigues, de 36 anos, também acredita que as aparições tenham ocorrido. “Os comentários começaram na quinta-feira, no fim da tarde. Muitos moradores já estavam em alerta. Falaram que a onça estava solta aqui na nossa região, especificamente aqui no cruzamento da minha rua”, relata.

“Eu acho muito possível que a onça esteja na região. A gente tem uma parte de mata logo aqui próximo. Construíram muitos condomínios, e isso diminui o habitat natural delas, faz com que elas venham para a cidade. Acho que a gente tem que se precaver. Tô com medo e não vou ficar esperando a onça chegar”, frisa.
Fiscalização não encontrou indícios de onça
Diante da mobilização, equipes do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e da PMA realizaram uma vistoria na área.
Durante a inspeção, percorreram residências desabitadas, chácaras e trechos de mata próximos a um curso d’água, mas não encontraram nenhum indício da presença do animal, como pegadas, pelagem ou carcaças de animais mortos.
“Muita informação falsa tem circulado. A imagem de um potro supostamente atacado é antiga e ocorreu em Rochedinho, distrito de Campo Grande”, esclareceu Joanice Lube Battilani, superintendente estadual do Ibama em Mato Grosso do Sul.
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(Revisão: Dáfini Lisboa)