A paixão pela cor rosa sempre esteve presente na vida de Raquel-Ly Regis Barreto, 45 anos. Nascida em Ituiutaba, em Minas Gerais, aos sete anos mudou-se para Aquidauana, no interior de Mato Grosso do Sul. Desde então, mora na cidade sul-mato-grossense, onde construiu seu próprio “mundo rosa”.
Raquel vive cercada de itens rosa em sua casa e até no local de trabalho. Contudo, nem sempre foi assim, pois na infância, a sua família não tinha condições de proporcionar este sonho. De família missionária e irmã caçula de três homens, ela costumava herdar itens de vestuário e brinquedos de seus irmãos mais velhos.
“A situação financeira não era boa, nós viemos de uma família bem humilde. De cinco irmãos, eu sou a caçula. A minha irmã, muito cedo, foi estudar no Rio de Janeiro. Ficaram só os três meninos e eu. Então, fui criada no ritmo dos meninos”, conta.
O desejo de se vestir com roupas rosas permanecia ali, dentro de Raquel. Aos 15 anos, ganhou seu primeiro item novo, escolhido a dedo por ela: um tênis. As bonecas, seu grande sonho de infância, também vieram quando estava já crescida.
“Usava a roupa dos meninos, que é o que sobrava pra mim. E então eu tinha esse desejo muito grande de ter as coisas rosa, que eu nunca tive uma boneca, depois de grande que eu fui ter. Aniversário eu nunca tive”, conta.
Mas, apesar de ter sido privada de viver como as outras meninas, Raquel reforça que nunca sentiu mágoas de seus pais. Muito pelo contrário, a compreensão faz parte do relacionamento familiar, desde aquela época.
“A situação financeira difícil nunca foi motivo de tristeza, cobranças ou frustração. Eu sou bem assim: se deu, deu. Se não deu, bola pra frente, vamos seguir!”, comenta.

Nas roupas e objetos do lar, rosa colore a vida de Raquel
Casada há 23 anos, Raquel conta que o marido, Nelson, foi um dos grandes apoiadores de seu maior desejo: ter a casa repleta de itens na cor que mais amava. Conhecendo sua história, o marido da servidora pública abraçou os sonhos da esposa e proporcionou a ela essa realização.
“Depois de casada, e com muito trabalho, aos poucos, fomos conseguindo adquirir a minha casa rosa. Meu esposo me apoia muito. Nós nos conhecemos na minha adolescência e, segundo ele, foi amor à primeira vista. Temos sempre em mente que juntos iremos conquistar nossos sonhos”, explicou.
A casa é quase toda cor de rosa, desde as paredes, móveis, eletrodomésticos, utensílios, cortinas e tapetes. Os únicos cômodos da residência que não levam a tonalidade são os quartos dos filhos.
Até mesmo a festa de 45 anos de Raquel teve o toque rosa, com uma temática que encaixou perfeitamente: Moranguinho. Além da decoração, um dos pedidos da aniversariante foi que os convidados se vestissem com sua cor favorita.
“Eu amo a Moranguinho! Na minha infância nunca tive uma festa de aniversário. Eu era e sou apaixonada pela personagem. Esse ano meu esposo me disse: vamos fazer a sua festa linda da tão desejada Moranguinho”, conta.
Carro foi envelopado na cor preferida
Recentemente, Raquel adquiriu um item para lá de especial e valioso. O carro rosa foi mais uma realização de sonho em sua vida. O modelo idealizado era um fusca, o qual customizaria com “olhinhos”, tal qual o carro da Barbie.
Contudo, após consultar seu esposo, optou por um modelo mais moderno que fosse envelopado. “Com o Fusca seria difícil de viajar e realizar as minhas atividades. Mas com a CRV eu faço tudo isso”, explica.
No dia em que Nelson lhe entregou o veículo, recordou do começo do relacionamento, quando ainda dividiam uma bicicleta. “Ele falou assim: ‘é uma alegria minha porque nós dividíamos junto a bicicleta, e agora nós estamos dividindo junto o carro que você sonhou'”, relatou.
As conquistas não devem parar por aí, pois a lista de desejos de Raquel continua crescendo. No momento, seu maior desejo é uma área gourmet na sua cor preferida, com churrasqueira de tijolinhos rosa.
Apoio vem de amigos e familiares
Quase sempre vestida de rosa, Raquel diz que as pessoas ao seu redor já lhe associam com a cor. Quando não está usando nenhum item na tonalidade, causa estranhamento entre os colegas, que brincam: “Não está bem? Traz a Raquel de volta”.
O apoio do seu círculo social também vem em forma de presentes na cor rosa. “Onde as pessoas veem coisas rosas, elas lembram de mim, e já ligam, manda foto, traz de presente”, conta.
Questionada se recebe olhares negativos no dia a dia, a servidora pública conta que é raro de acontecer. Geralmente, é bem recebida e arranca sorrisos por onde passa.
“No primeiro momento as pessoas sorriem. Essa é a intenção mesmo, como eu sou muito sorridente eu gosto de fazer as pessoas sorrirem também. A cor rosa, traz isso, leveza, inspiração e reflexão de que apesar do que você estiver passando, sempre haverá algo de bom, de delicado, de forças renovadas”, ressalta.
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(Revisão: Bianca Iglesias)