A comunidade ribeirinha da Barra do São Lourenço, na região da Serra do Amolar, que diz estar com medo da aproximação de onças e fez apelo nas redes sociais, recebeu rojões com a intenção de afastar o felino. Ao todo, 21 famílias coexistem com o animal no Pantanal sul-mato-grossense, há décadas, aliás. No entanto, disseram que elas nunca haviam se aproximado tanto e nem atacado tantos animais domésticos como agora.
“A gente recebeu os rojões do pessoal da cidade e a onça deu uma afastada, graças a Deus. Por enquanto, o clima aqui está tranquilo, mas, a gente ainda fica apreensivo. A cada dia, vão diminuindo os nossos bichos e a vida fica triste. Fico triste porque parece que a gente aqui não vale nada, fizemos apelo outras vezes, ninguém verifica a nossa situação, os órgãos competentes, no caso”, afirma a artesã e presidente da Associação Renascer, Leonida Aires, de 58 anos, conhecida por todos como dona Eliane.
Ao Jornal Midiamax ela ressalta que a comunidade gostaria de ter cercas elétricas ou alambrados, com um cercado alto, para se protegerem de ataques. “Os animais domésticos, por aqui, diminuem cada vez mais e a gente sabe que as coisas não estão bem, que tem um desequilíbrio. E passa o tempo e continua a mesma coisa”, lamentou.
‘Aqui é o nosso habitat também e não vamos sair’, fala ribeirinha

Eliana comenta que a comunidade “não está falando mal das onças” e sim buscando uma harmonia. “Aqui é o nosso habitat também, tanto dela quanto da gente e daqui a gente não vai sair, daqui ela também não vai, então, a gente só quer que as pessoas, como se diz, os órgãos competentes e ONGs, nos ajudassem de alguma forma. É uma proteção para nossas casas, principalmente no período noturno, que é o mais perigoso”, disse.
Por fim, dona Eliana fala que sonha em ter animais domésticos novamente. “A gente tem a nossa tradição, de ter nossos animais. E assim está ruim, a gente fica triste, perdeu os bichos da gente e agora está com medo de criar, porque ela [onça] acaba vindo e leva tudo”, finalizou.
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